terça-feira, 3 de maio de 2011

Como uma onda...

Eu que tenho tanto sou nada. Mas um nada repleto de tudo. Se me veres como queres, me verá sendo isso ou aquilo, e eu também lhe verei assim. Assim desse jeito tão tudo/nada, estando sempre sendo. Eu que continuo,  paro as vezes, mas volto a continuar. Eu que respiro mudanças me sinto mar. Minhas ondas batem, minhas ondas quebram e nunca mais voltam. Ora fico triste, ora desejei que algumas ondas não voltassem, mas sempre me vêem ondas novas, lindas que acabam naquele encontro comigo mesmo em minutos, segundos, centésimos...Tomar-se consciência o faço em alguns momentos. Experimento as ondas no mais puro sentido, mesmo banal pra quem não me vê mar, porém me perco em algumas ondas, me afogo e deixo levar. É tão sossegado, é tão calmo que me sinto morta. E assim faço. Morro pra vida. Em meio á tormenta mais calma que me encontro, percebo algo que me tira o ar. Descubro que já não me faz sentido viver aquelas ondas, passar pela tormenta cegamente. Me vejo inquieta e com medo. Fujo do medo, fujo dos sintomas, me escondo de tudo, menos da angústia. Olha ela ai me fazendo acordar. Olha ela ai me mostrando outras ondas. Eu com minha bagagem pasmo e me torno responsável então. Posso alienar-me conscientemente? Posso escolher o não agora? Sei que sim e é isso que me atordoa. é ser livre pra poder estar na posição que eu achar melhor, seja ela qual for.*(NH)

Trilha sonora: Quase nada - Zeca Baleiro

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