sábado, 16 de junho de 2012

Que mal se faz?

Em pleno fim de semestre, á meio de relatórios de psicanálise, comportamental, me pego distraída pensando ainda no dia dos namorados e como essa data afeta as pessoas. Na verdade, este é só um nome para introduzir meu pensamento, já que estou atenta á palavra esperar. Porque esperar tanto de uma data simbólica? Porque se preocupar tanto com o que o Outro quer e deseja? Este esperar vem de mim? Espero de mim? O desejo é todo meu? Sim, datas são efeitos capitalistas, porém acredito que isto vai mais além de um efeito de massa. Vai através da condicionalidade. Como assim? Penso que fomos criados para esperar e não acredito ser de todo erro. Esperar, desejar algo é muito importante. Inclusive, é na frustração da falta que desejo surge. Mas este desejo vem de onde? É novamente massa? É meu? Há tantos Outros, que nós perdemos á essência do ser, da condição pensante. Droga, acabo de ser hipócrita, pois amo o dia dos namorados e ainda sim penso. Me questiono então porque ainda esperamos tanto migalhas de mídia, do inventado, do não real? Por mim e de mim sei metade. Sei que eu/desejo/penso que entrar num jogo e aceitar algo dado é mais fácil e em certas ocasiões viver alienado (digo-momentos- não todo sempre, até mesmo porque sempre não há) pode ser apenas viver/deixar. Ao mesmo tempo, contradizendo a mim mesmo, penso que é desejar um desejo de um Outro tão seu, que se perde, portanto acredita-se ser necessário precisar daquilo. Precisar mostrar uma alegria constante, mostrar um quê de angústia de não ter. Não ter e descobrir, dói. Não ter o que não é desejo seu, dói também. Por esses dias ouvi conselhos sobre a dor. Não foi em sala de aula e não foi com alguém doutor. Foi senhor simples cuja vivência equivale a mil destes. Dor, nem sempre é ruim. Dor avisa quando o organismo sente algo estranho. Dor é preparação para cura. Com ela surge paciência (ciência da paz) - sabedoria e cura. Nunca tinha ouvido algo desse ângulo e gostei. Achei que cabe filosofar sobre tal aspecto. Cabe ainda ver a dor positivamente, pois dor já é. Completo aqui, por agora que angústia pode-se gerar felicidade. Descoberta de desejo. O caminho, de fácil nada tem, porém que mal que se têm em se descobrir? (NH*)

sábado, 2 de junho de 2012

Bem pouco

Só nesse nó que aquece
Se vai, então deixe ir,
Se fica, se dê por um todo  
Sobre todas as coisas  
Que fique; claro se faz. 
Pare, pense, respire e fale. 
Fale fale fale. Tire seus nós,
Nós.
Apenas nós.
NH*