terça-feira, 17 de julho de 2012

Mas por si mesmo ou pelos Outros?


Mas então de toda vida se têm um objetivo?
Á quem a não ser a mim mesmo devo contar?
Perguntas como estas se faz/fez/fazer-se-á presente em um momento da vida, ou não. (Há quem do Outro não se questiona nada). Se não me percebo toda, (o que em alguns sentidos não me preencho mesmo) por momentos, me questiono se não só a mim devo me completar. Por horas penso se um ser existente de tanta complexidade não precisa de um Outro ditando-o o que entender. Por si só entenderíamos a essência do ser? Essência esta que por uma busca da verdade precisa-se abdicar de questões ilusórias que nos vêm a mesa? Questões que nas quais não somente nós mesmos concordamos em participar? Ora essa, assim cai em contradição dizendo que não só precisamos, como aceitamos o Outro em nossa vida. De tudo, há sempre lados. Lado que compensa, lado que me atrasa. Antes de existir somente dois lados, há interpretação diferente de cada indivíduo, logo, me atento á dizer que cada um tem seus mil lados á se pensar. Filosofia á parte, penso juntamente com um lado humanizado, já que tenho um quê de psicologia na tal da minha essência (se é que aqui, entendo bem o tema que estou á me aventurar). Soa um tanto convidativo á participar desta questão filosófica da existência, mas não deixando de lado, gostaria de propor um pensamento sobre o sentir. Sentir que podemos estar sendo algo pela "influência" também de Outros causa certa angústia, já que nos configuramos não somente nós por nós mesmos. Não há crescimento sozinho. (Aqui se fala em relação com outros). Assim, começando neste pensamento, pede-se atenção ao que se chama de relacionamentos. Este, que entende-se por qualquer relação com qualquer ser vivo, (sim, gosto de incluir animais, tanto pelo fato de acreditar que eles passam energias para nós e vice e versa, quanto aqui, de uma forma pejorativa, insinuo animais de duas patas andando por ai - DESCULPEM os conservadores- mas sim.) Dizendo assim, incluo que essa angústia, como costumo dizer, é do bem. É algo que se percebe caminhando para a essência. Não há como viver a verdade e se houver, não saberia como continuar, porém, a busca é extremamente importante. Importante que cheguemos ao máximo desta essência, e assim, quando percebemos/substituirmos a falta por outro algo, buscamos novamente. Assim se faz a vida. Por esta questão, venho vagando por respostas não convencionais em relação á perguntas pertinentes. Volta e meia voltam sentimentos antigos, doloridos, que traz a tona buracos descobertos. Que maravilha, penso em relação á crescimento. Que porcaria, penso eu, ser pensante evitando o desprazer e entrar em contato com questões não resolvidas. Ah NH, sua criança mimada. Resolva seus problemas e siga. Mas que petulante esse meu inconsciente trazendo a tona estas questões. A não ser que eu pare e resolva internamente certos incômodos, ele voltará em algum momento, atrapalhando então, minha eterna busca da essência do ser. Da paz, plenitude, que se espera alcançar. Não, não estou me baseando na bíblia. Poderia, mas não. Aqui, tenta-se colocar questões existências baseadas na vivência, o que pra mim inclui-se espiritualidade, psicologia, filosofia, entre tantas outras, porém, tenta-se também não querer ser um Outro ditador e sim facilitador do pensar. Voltando...
Pode-se dizer então que um jeito simples de se entrar em contato com a existência, é o sentir. Sentir e falar sobre isso. Quando se fala, há uma tentativa de expor algo disfarçado. Esse disfarce, vem muitas vezes na proporção que você aguenta lidar naquele momento. Não há confiança plena que este pensar irá ajudar a chegar á uma conclusão sobre, porém, o alívio de dividir a angústia é tão preciosa que por muitas vezes fabrico falta pra ter o que se procurar. Com todo esse descobrir, fico então á convidar á quem se identifica com o pensamento de eterna busca, á entrar em contato com seus "meios", para que se encontrem e encontrem o caminho da procura por sua essência. *(NH)

Trilha sonora: O Último Por do Sol -  Lenine