domingo, 23 de dezembro de 2012

Minha sapatilha já não me cabe mais.

E numa busca sem fim se faz por inteira. Inteiramente desconectada, por não saber o que lhe cabe. Esse desconectar vêm de seu ser, de sua falta, do seu fabricar. Conecta com o mundo assim, inteiramente pelas metades. Assim diz pois ainda não está completa - (se é que um dia possa ser) - porém diz também por não deixar tomar-se por algo que não é. Toma-se pelo desejo constante de buscar um quê de seu até mesmo pelas bordas. Se dá através dos Outros também. É dança. É movimento. É pura angústia da existência que por vezes confunde-se com tristeza, com solidão. Vive para si como se não houvesse mais nada, bem, acredita nisto, mas ainda cumprimenta seu porteiro com sorrisos. Sua meia calça rasgada, sim, aquela d'outro conto está no chão, perto de sua cama, perto também do seu antigo urso azul calcinha. Essa menina mulher está crescendo e já não lhe cabem mais suas sapatilhas, o que a machuca por dentro. Machuca também saber que não se interessa mais por bandas clichês e que seus gostos parecem não ser desse mundo. Suas idéias são de inteira colocação política e literária e ri de quem a convida pra uma balada. Só dança rock n' roll, e é com os olhos. Faz caretas por trás das pessoas e ri deste costume. Acha que por isso não podem levá-la a sério e nem sabe se realmente quer isto. De sério, já bastam as patéticas discussões internas de ser quem se deve ser. É na verdade uma flor igual - como se pode ser/dizer por ai - á muitos outros jardins, o que a difere é o despertar pra si tão dentro dela mesmo que se perde por horas em seu mundo. Mundo este que nem sabe qual é, mas é um refúgio da ideologia de ser melhor. Espera apenas ser algo parecido com ela mesma. *(NH)

*Trilha sonora: Janis Joplin - Mercedes Benz 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Coisa d'alma

Se você pede pra que o Outro seja ele, contato com você mesmo surge-se aos poucos.É daí as reticências, as exigências, as intolerâncias.Surge o espelho de seu ser. Entra em contato com aquilo que não se suporta, aquilo que tem-se vergonha. Lança-se num escuro ciclo. O de estar com seu lado B, sendo que A é o falso ser, o acessível e explorável pela sociedade. O B é sombra, mas não aspecto ruim. É apenas opaco, mais profundo. É o não acessado - ou melhor dizendo, de mais difícil acesso. Tomo por meu, aquilo que me incomoda no Outro que julgo ser dele. Tais implicações, penso ser o x da questão dos relacionamentos num todo. Se á mim me incomoda, é meu. Se do Outro se toma de forma á ser movimento, também tem do Outro, mas que por hora ainda não sei. Atentar-se para o peito cismado. A cuca de leve as vezes se perde, mas d'alma - eis que também sexto sentido, fatos, inconsciente, entre tantos - não se preocupes. É quase uma dança este ciclo. É um vai e vem de épocas e estado. É entra e sai sem pedir permissão, mas que só fica se permitires. (NH*)

Trilha sonora: Chega de saudade - Vinicius de Morais

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

...e no coração ficará!

Algumas vezes duvidei do ditado é preciso estar perdendo pra dar valor. Ainda não concordo de um todo, porém me faz tanto sentido estar em meio á uma dor antecipada de estar diante do abandonar de uma rotina, que por vezes implorei que acabasse. É, bem típico do ser humano. Eu, toda gigante, lançada no mundo me vejo aflita em despedir-me da mesma. Estudar em uma Universidade, vai além dos conceitos adquiridos  Vai além do acúmulo de conhecimento, estes que nem sempre se acumulam. Faz parte os choros, as bebedeiras, as festas, os arrependimentos, os sorrisos, as viagens, os estágios, a competição, os sacrifícios, as saudades, os desejos, as confidencias, os ritos e porque não, as despedidas.  Quando você se toca, já está no último semestre desejando poder repetir tudo outra vez. Talvez isso é que nos faça aproveitar. É olhar para trás e ver tudo o que foi conquistado. Todos que passaram por nossas vidas. Talvez seja parte de nós mesmos precisar chegar perto de um fim, pra entender que estamos vivos. Que exalamos vivências e experiências. Que não somos sozinhos no mundo e que mesmo que seja meu caminho á seguir daqui em diante, levarei comigo muitas pessoas. Levarei comigo muitos sorrisos, muito carinho, muitos telefonemas de madrugada. Levarei comigo um aprender a dividir, á trabalhar em equipe, á ser mais desencanada, esperar mais, repeitar mais, desejar mais, saber que posso mais e sem perder a essência. Na verdade, e digo de peito aberto, espero que minha essência seja tocada por cada paciente que atendi, cada Mestre que me orientou e cada amiga que me levantou. Espero sair da faculdade bem diferente do que entrei. Bem mais eu, bem mais aberta á possibilidades, bem mais livre e responsável. Espero que saiba lidar com as frustrações, com as limitações e com as decepções. É esperar mesmo um viver melhor. A nostalgia bate á cada momento que vejo o calendário e acredito ficar assim até mesmo depois da formatura, esta que já antecipo choros de um  despertar de consciência, de esperança e de amizade. Um despertar pra nova fase que vier, pros novos amigos que conquistar. A fé em Deus, em nós e em mim, levo comigo, porque tudo que passamos vale e vale muito. Obrigada meus amigos, Obrigada Mestres, obrigada Família. Obrigada meu Deus! (Formando fellings) 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A-pena-s de mim?

Não aguentava mais as tranças de sentimentos que me encontrava. Já não sabia mais o que era meu. O que me pertencia. - Mas digo, há algo me pertence neste mundo? - Passagem já não é? Sei que deixo e recebo um pouco, como diz  "novos baianos", mas sinto que não estou levando nada a não ser patadas, bordoadas e até belos tapas. As tranças que me encontrava é de tal perigo pois é de mulher perigosa, reluzente, sedutora. As tranças tem bocas e olhos. Olhos de serpentes. Sinto nó. Me apeguei á tal trança que me deixei enforcar. - Digo, deixo-me pois ainda penso. Apesar de pensar, me entrego com um certo gosto á estupidez de ir de encontro á tais tranças. Não me encontrar causa certa angústia, mas é passageira. Quando cavoco á fundo, ou pelo menos passo do raso, já me encontro em profunda melancolia. Me desespero tentando controlar o incontrolável. Sei que já não sou inocente e isso me aquieta. Me aquieta para me aprofundar em quem sou, mesmo sendo dor, sendo drama, sendo drástico. Talvez sendo tudo isso, explosão, sei de mim. Quando me tento pro sossego, percebo que me inquieto mais do que quando encontro tranças devastadoras. Percebo mais do outro que de mim. Mais do mundo que de mim. E eu não quero ser mais eu? Penso que meus sentimentos lançados me causam medo. Chego no não inocente. Meu profundo, meu fundo, sente que sabe de mais. Sente que sente de mais e por sentir, não sabe o que faz. Tem jeito? Me questiono. Me perdi por ai. Me perdi em mim mesmo, no outro, nos outros, em todos. Ora assim os novos baianos tem mais razão que a própria razão? Ninguém vive só. Ou vive? Se vive não quero. Não posso. Até por que me sinto tantos que sozinho jamais estarei. (NH*)

Trilha sonora: Novos baianos - Mistério do planeta ( AVÁ! )

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que eu também não entendo.

A subjetividade de cada um, vai além dos nossos entendimentos. Sou adepta ao não entender, porém, busco constantemente encontrar de alguma maneira, ser justa á mim mesmo quando não entendo. O exercício de deixar pra lá e relevar algumas coisas da vida é tão válido e importante quanto o não deixar por vezes.  Verificar o porque de tais sentimentos, assim como o não entender, é de extrema dificuldade para muitos. Eu, por exemplo, não entendo algumas pessoas guardar certas mágoas por pouco. Falo aqui de alguns aspectos que para mim são irrelevantes. Talvez, tais pensamentos só cabem á mim e semelhantes e talvez ainda, por estar nesta determinada fase de vida que me encontro. Sei que somos também seres flutuantes, tais quais podem mudar de opinião. Assim, vejo que poucas coisas, que não nos fazem bem, que nos magoa, também outrora serve para aprendizado, e então, experiência. Pensando de tal maneira, porque há aqueles que se apegam e aquietam-se em fantasmas passados? Digo aqui, sobre mesmo peso, bobeirinhas á assuntos graves, já, que para cada um, o sofrimento cabe de maneira única. Sofrer faz parte. Faz parte ainda a elaboração deste sofrimento e a superação do mesmo. Algo que insiste em voltar para "atormentar" os pensamentos, podem ser controlados. Nosso inconsciente pode trazer á tona muito dos nossos medos e desejos, porém nós temos o poder de decidir o que fazer com o que nos vem. Quando há chance para se conversar sobre algum assunto, por que não o fazer? Tenho o costume de brincar comigo mesmo em algumas situações de decisão, que -por exemplo- já tenho o não, porque então não tentar algo diferente? Digo á mim mesmo que posso ter outras possibilidades. Posso errar e posso acertar.Tudo é probabilidade e lançar-se na vida. Bobeira ou não, não sofro quando tenho pensamentos positivos sobre tal coisa. Se algo não sai como gostaria, mesmo frustrada, penso que há outros dias, outras chances, outras possibilidades. Não, não sou mágica, nem falo que isso é fácil e muito menos que consigo sempre, mas digo que se consigo elaborar e entender o porque de algo o processo de relevar e tentar outro meio me parece bem útil. Volto então no aspecto do não entender. Não entendo então, porque algo pequeno nos trava por vezes. Não entendo o porque nos deixamos travar. Não entendo de forma inconformada e não simplesmente não entender. Posso acompanhar o raciocínio de alguém que não aceita e fim, porém não entendo como nos permitimos deixar algumas situações nos abalar. Poderíamos simplesmente deixar pra lá. Poderíamos apenas relevar. É, talvez até existam pessoas assim, mas na maioria das vezes não aquietamos. Inquietamo-nos então e não satisfeitos inquietamos o outro.  Nos incomoda mais o fato de alguém nos magoar do que de fato o porque me magoei com aquilo que o outro - talvez nem exista um outro - me disse/fez. Talvez consigo mesmo supõe-se algo e fixa-se naquilo. Pela subjetividade não existe então regras, mas podemos dizer para nós mesmos, em momentos de raivas, mágoas, entre coisas do tipo, que há possibilidade de relevar, de conversar sobre, de apenas filtrar e de também extrapolar. Há a possibilidade da pessoa perceber daquilo discutido, o que realmente importa. Através do sofrimento as pessoas crescem, se adequam e se superam. Através da dor, pode-se criar estratégias para o que importa.  Pode-se também ficar estancado de peito fechado e de braços atados. Pode-se tomar decisões ou simplesmente esperar. Pode-se fazer o que se bem entende, mas não seria melhor poder escolher estar em paz? Este estado não se remete apenas á calmaria, mas sim á coração leve. Digo aqui, você poder ser você e pensar por você. Digo também á um poder responsabilizar-se por uma escolha e seguir, seja qual for. O caminho para estar bem, é descobrir seus limites, anseios, desejos, entre outros em proporções que lhe fazem estar perto de si mesmo. É aceitar o seu jeito e dentro das possibilidades buscar o equilíbrio e o melhor pra si mesmo. Sobre relevar, á mim, cabe muita coisa. Vivo conforme a música, mas eu troco e sei que por vezes o ritmo pode mudar. Buscar estar em um estado de espírito que me permite dizer estar em paz, é o que me move á relevar certas coisas, o que me faz buscar entender o que eu também não entendo. *(NH)

Trilha sonora: (I've Had) The time of my life - Dirty Dancing

terça-feira, 25 de setembro de 2012

De sombra á luz o amor se dá.

Os contos de fadas estão modernos. Não se perde mais o sapatinho, se deixa o telefone, e-mail, Skype. A mulher procura além do carinho, se certificar que seu companheiro irá apoiá-la e acompanhá-la em suas decisões diárias. Isso inclui desde te "salvar", porque está perdida em um trânsito estressante, á planos sobre sua futura carreira. Ele é sensível, amoroso, de opinião, inteligente e te escuta. É um coquetel de todo complexo de édipo. Também há a questão de poder ser você mesmo, cheia de pacotes emaranhados de outras experiências. Poder chorar no ombro de alguém que não importa com suas curvas mais acentuadas, aliás, pra ele, isto torna-se um charme. Isso sim é um conto de fadas. É você poder contar seus maiores fantasmas e ele rir, dizendo que você está segura, porque além de você ser inteligente, você tem os braços fortes dele que lhe confortam. O amor, está mais presente nos detalhes, e os detalhes, mesmo que se momentos insuportáveis, ajudam a crescer, amadurecer e compreender seu companheiro. Seus medos são compartilhados. Seus sonhos também. Você tem vontade de ver a pessoa amada no meio de uma aula sobre neuroanatomia. você percebe que um objeto qualquer, como um marca texto, pode representar um sentimento maravilhoso, pois daquele simples objeto, algo fora compartilhado. Contos de fada para mim, é esperar o despertar com um beijo de bom dia. É em dias de chuva, você se deixar sentir medo dos trovões e saber que mesmo que chova durante tempos, o sol vai retornar. É saber que diante de muitas possibilidades, você escolheu e foi escolhida. Quando se toma por romantismo, o dia a dia de um apaixonado para os esperançosos se torna quase um poema. Há aqueles que se enjoam da melação. Acontece. Eu já provei de ambos os lados. Hoje provo do amor. Eu entendo o amor, como algo subjetivo, como muitas outras coisas da vida. Entendo que vai de se permitir, entregar e  sobre trocas. Acredito também que o amor tem suas sombras e que pra sermos e sentirmos amadas é necessário o conhecimento das mesmas. É necessário provar do que se desgosta para saber o que prevalece em uma relação. Aqui me especifico em relacionamento entre dois amantes, porém não restrinjo minha opinião á somente este. Me permito integrar em todas as relações. Hoje em específico, no auge de muitos aspectos de minha vida, vejo entregue ao verbo amar. Neste verbo, me sujeito modificá-lo dizendo que se conjuga juntamente com mais tantos outros. O amar vem com respeitar, doar, compartilhar, desvendar, rolar, permitir, desgostar, chorar, sorrir... 
O verbo amar está á tantos outros que não saberia descrever o amor. Discorreria uma série de sentimentos que me veem á cabeça que nem sempre são luz. De todos verbos, acredito que este seja especial, pois poetas se esbanjam desta palavra. Poetas que se entregam e se inspiram diariamente em decepções amorosas, deleites, e estranhos amores. Poetas que se entregam a magia de um sentimento não tão mágico assim, cientificamente falando. Se falarmos de substância, o amor libera dopamina, trazendo a sensação prazerosa e então somente isto. É claro que o desprazer de tantas horas não é gostoso, porém de alguma forma, algo de bom se faz. Há uma experiência em relação ao que se passou. Este post, é quase que uma declaração. É bem em primeira pessoa (não que os outros não sejam, já que a autora, no caso eu, se dá de algum jeito em palavras por vezes). Hoje, meu dia de número ímpar por vários motivos está mais cheio de sombras e luz, porém a última se sobressai. Não sou supersticiosa, mas não descarto alguns ritos. Pode se dar por hábitos á sentimentos de fé em algo. Digo por exemplo então o que eu tenho com o número 7. Nasci no dia 7, e isso já se faz especial para mim. Foi meu marco nesta vida, meu início, e outros "setes" podem se tornar também inícios de ciclos. Como essa fé em poder começar ciclos, tenho pra mim, que encontrei meu príncipe dos contos de fadas. Tenho pra mim que ele veio não resgatar alguém - se não á mim, quem? - mas mostrar-me o melhor e o pior de mim.  Tenho, como se fosse vítima de mim mesmo e portanto desejo, um príncipe bem real e sem mera realeza (não contando com sua educação de lorde). De princípio básico, onde se parte desta educação singela e respeitosa, de voz aveludada e lindos olhos negros se dá um homem mais que companheiro. Um formador de opinião. Um sujeito que respira e aspira crescimento. Seus desejos e inteligencia se destaca destes olhos negros. O sorriso, branco e desarmador demostra a dedicação e lealdade para consigo mesmo. A rasgação de seda é pouca perto deste apaixonante homem. Poderia assim como tantas outras paixões de vida - família, amigos - por horas e horas e talvez á fundo, anos colocar em palavras o que se sente quando se está apaixonada, mas o melhor é que já fizeram e fazem á todo momento poetas por ai. Me dedico somente á sentir. Sinto um grande alívio poder sentir e deixar-me ir por este tão não somente verbo amar. Eu, que em palavras expresso por vezes sentimentos mais profundos, não saberia contar o que se passa em um coração apaixonado. O desejo antecipa o ato. Consigo apenas dizer que permitir sentir é uma boa forma de se conhecer. Permito- me também sofrer quando decido me lançar á tal sentimento, assim como qualquer outro. Estamos sujeitos á tudo e isto mesmo que amedrontador é instigante, assim como aqueles olhos negros. Então, em meio á declarações, permissões, e mistérios, fico á mercê de um conhecer-nos na mais profunda troca. Te amo meu amor. (NH*)

Trilha sonora: Eric Clapton - Wonderful Tonight

terça-feira, 4 de setembro de 2012

É tudo sobre bigodes. E saias de chita, claro.

Caso das acácias, dentes e músculos. Mas como um ser tão ser consegue se ver somente no homem ideal? Mulher tão convicta e decidida que diante desse amor derrete de um todo que seu eu vai junto. Se vê perdidamente louca por uma visão que se criou. Um Deus. Um herói inabalável, que surgiu em meados de sua infância. Algo que meio perturbador, sua mãe ora co-autora de seus desejos ora cortante dos mesmos a proíbe do fruto que desesperadamente deseja. Se vê mulher e se faz frágil, para que mais tarde algo como o que lhe desejara antes possa vir resgata-lá desse mundo. Volta e meia se perde aos cigarros e outros vícios que lhe incomodavam em outros tempos. Desta vez acrescenta-se barba. O bigode do outro homem que acalmava, já não se faz mais presente, porém juntamente com a barba os braços continuam, agora mais fortes. Mais tola é, se acredita que conhece essas proibições e fantasias assim, tão exposta. Ela que já está em seu décimo namorado, ama ainda demais. A ferida viva atenta para lhe deixa-la viva. Isso de inquietar faz com que ela se mova. Acredita-se que não irá viver tanto, mas o tanto que se está vivendo, ela se joga. É jovem. Inventa amores, atores, clamores. Inventa de um tudo para sobreviver diante o nada que se põe disfarçadamente á sua frente. Até se perde de propósito. Como disse, ela gosta de fantasias. Cria-se demais. Vinicius de Morais faria um poema para ela. Se chamaria drama. Ela recitaria com uma taça de vinho tinto na mão e com os olhos borrados de maquilagem. Seus olhos sempre estão borrados por sinal. Até mesmo sem vinho. É como se fosse sua marca. Sua meia calça rasgada, também é bem vinda. Diz que mostra personalidade. Quando questionada sobre tal, apenas diz que a vida é como uma meia calça. É fina, é linda, sensual e a vida faz questão de ter rasgos do cotidiano. Fica feio então? Eu não acho, diz a moça. Eu vejo rasgos como experiência. E digo de boca cheia quando olho para as minhas rasgadas, como amadurece. Volta e meia ela liga para sua mãe. Deseja se acomodar as vezes, mas de um jeito nada comum. Deseja acomodar-se nela mesmo e não ligar para bobagens da tv. Adora música francesa. Não sabe uma palavra, mas aquele som sensual á faz viajar mais que a própria viagem. Se não tivesse três gatos, teria um cachorro. Tem medo de não conseguir dar atenção á todos. Lê poesias e implica com vírgulas. Coloca-as até mesmo onde não precisa. Diz gostar da sensação de não ser um ponto final. Acredita em horóscopo. Não pelo fundamento, até mesmo por que não sabe qual é, mas pelas estrelas e pela lua. Acredita que as mesmas influenciam á vida das pessoas. É tão linda, mas odeia suas pernas tortas. Na verdade as meias são para cobri-las, e passa calor de vez em quando por isso. Pensa em ser astrônoma, ou dentista. Tem dúvidas se deve estudar. Gosta mais de ler letras de rock'n roll. Se diz não ciumenta, mas se alguém mexe em seu diário é como se roubassem á alma. O telefone toca, ela sai correndo, mas tem medo de números desconhecidos. Não por nada, mas porque pensa muito na morte. Seu amado de hoje, é a cara do pai. Até achei que disse isto no começo, não disse? Vive rabiscando seus cadernos com símbolos de outro plano. Não é moderna. Ainda escuta discos. Não acredita que nada possa ser solucionado, mas ninguém tira da cabeça que é uma teimosa convicta. Não gosta da cor marrom e implica com ela. Diz ser uma cor feia, mórbida. Essa menina, toda apaixonada não tem muitos amigos, e não é porque não quer. É porque seus livros fazem companhia enquanto seu amor não chega. Este último toma muito tempo desta moça, e ela não entende por que raios seus suspiros (pela décima vez) anda causando uma dor no peito. Seria algum problema com seu Romeo? Contei que ela adora Shakespeare? O mundo de hoje pra ela não existe, apenas o tempo. Não esconde o medo de escuro, mas pra dormir a tarde fecha todas as cortinas. É tão comum mas é diferente. Deve ser aqueles olhos negros que encantam. Pode ser também as pernas tortas. Os defeitos costumam atrair bizarramente algumas pessoas. Alguns a vê como diferente até demais. Alguns acreditam ser sua melhor qualidade. Sim, as pernas tortas. Uma menina diferentemente torta e comum. Olha, através de tudo que se é, ela sente uma saudade daquele bigode. Aquele mesmo, dito acima. O que lhe fora cortado á anos. Por que é que as pessoas tiram os bigodes da vida? Quando se cresce, o desejo volta. Parece um samba de escola de samba que em todo carnaval a gente aguarda entrar no salão, e quando entra dá samba. Sambeando por ai, sambinha bom, samba. (desculpa, samba é uma boa palavra, não acham? Eu não sei não, mas essa menina tem jeito de que gosta de sambar). Essa menina tão menina ainda. Me questiono se ela mesmo se deu conta. Algo lá atrás está de volta, e não estamos somente falando de apetrechos, fala-se aqui do próprio amor. O desejo reprimido sem explicação causa um desconforto. Nem em suas letras de rock descansa. Ela tem tantos sonhos secretos. Ela tem tantos cartões postais. Ela é cara, ela é coroa. Vive numa linha tênue entre tudo. Vive vírgula e larga tudo pela metade. Ela ainda vai escrever um livro. Tem frases feitas pra tudo, mesmo que copiadas de outros autores. Mesmo sendo todas copiadas de outros autores. Diante de todo esse furacão de ser, ainda sim, se perde por seu amor. Entendem sua angústia? Ela me parece esperta demais para cair nos truques do amor. Mesmo assim olha que menina tola se faz. Pela décima vez, eu friso. DÉ-CI-MA vez menina? Menina namoradeira esta. Menina que poderia usar saias de chita e dançar em praças, mas não, tinha que gostar de meias calças? E por Deus, rasgadas? Como pode então querer se dar por tola? Vingo-me tentando entender que no amor, os mais primitivos desejos retornam mesmo e não somente desejos antigos, como as barreiras impostas se voltam. Não é regra como nada se é, porém consigo explicar para os corações que não somente as de saias de chita se perdem por isso. Pode-se então por hoje dormir em paz com sua inquietude. Descubre-se que algumas saias por ai, de algum modo fazem parte das meninas de meia calças rasgadas. (NH*)

Trilha sonora: Zeca Baleiro - Flor de pele

Moral-mente falando, estou de acordo?


"Talvez nem me queira bem

Porém faz um bem que ninguém 
Me faz"


É com este trecho de Chico que me deixo "á falar". Percebo que acreditamos forte-mente em alguns padrões impostos por ai. Digo  impostos o que nos diz moral-mente respeito. Padrões imutáveis e perigosos. Perigosos porque? Penso que se não me adequo á algo que se impõe á minha volta, culpa de algo surge refém. Dessa culpa, que nem sei porque surge, me tomo de medo, angústias, pensamentos automáticos e tentativas de encaixe. Me frustro mais, porque desejo (assim penso que penso ser isso) algo que não desejo porém. Ai filosofar-me vou. Há quem me pego desejando? O quê e por quem? Talvez minhas morais não somente minhas e talvez nada minha se deixam levar pela falta de não ter/ser igual á padrões desejantes d'outros. Terceiros tanto humanos quanto imagens(ora pois humanos atrás de imagens) me colocam em risco do ser. Penso por vezes precisar de aprovações destes outros. Outros que na angústia do ser/ter, me ajudam á entender que somente preciso de nada destes padrões, como o tentar precisar me adequar me frustra. Ora pois, frustração então, juntamente com angústias da existências até mesmo discussão do que real desejo, é preciso, é de muito agrado, já que neste desafio de me encontrar compreendo minha vulnerabilidade ímpar para decidir sobre algo. Me vejo como um ser vazio, sugando informações muitas vezes nada útil. Não descarto a perda de tempo que me faz pensar nas tais futilidades, porém hoje, me vejo aproveitando destes momentos para refletir sobre o porque destas escolhas. Cá entre nós, futilidade também pode me causar prazer momentâneo não? Tanto para definir algo como fútil, devo de antemão sugerir um auto entender por necessitar. Novelas. Entraria nesta categoria? Ou poderia, neste momento conseguir relaxar com minha família e apenas estar neste nível, relaxamento. Porque temos manias de padronizar tudo se nada temos em comum? Radicalizei agora, não? Esqueçam, ou melhor dizendo, coloquem de lado toda a genética e /ou algo que possa ligar á outro sujeito por obséquio. Agora pense em algo que seja superficial e perda de tempo para você. Agora pense em quem leva isso á sério. Você se acha mais, ou menos do que essa pessoa por não acreditar ou compartilhar do mesmo gosto? Atente para seus julgamentos. O gostar muitas vezes está internalizado devido á Outros. Não retirando parcial "culpa" por decisão de quem á toma. Assim, podemos a partir de Chico, compactuar, ou somente observar, que padrões, como o amor perfeito, filhos estudiosos, pais maravilhosos e heróis, entre outros quaisquer tantos outros, podem fazer ou não parte de mim, porém o que faço com isto, não se deve padronizar. Sou/posso ser quem eu quiser. Posso até mesmo estar dentro dos padrões por ai, mas que eles não me censurem e me angustiem para um todo de sofrimento. Se sofro por tempo, que me recupero então perante o desejo real. (NH*)

Trilha sonora: Chico (querido Chico) Buarque - Ela faz cinema

domingo, 26 de agosto de 2012

27/08 - Então sou?

Ser psicólogo. Ser humano. SER? Sou algo? 
Nessa última etapa da graduação do curso de psicologia, penso em algumas palavras aos meus colegas psicólogos (aos futuros, como eu, e aos já profissionais), já que amanhã, nós comemoramos o dia do PSICÓLOGO.
 Á cada segundo que se passa, algo acontece no mundo. Bebês nascem, tragédias acontecem, casamentos, divórcios, amores, entre outras experiências que 'cortam' o dia a dia. Cada pessoa, á seu modo vai se configurando á partir de seu limite interno, de seus sentimentos á respeito desses cortes. Á cada momento há algo novo, mesmo que o novo se repita. Para elaborar algo tão grandioso em momentos desesperantes - digo mesmo quando alegres, pois alegria demais também assusta - há um ser, que de antemão acolhe o outro. Uma pessoa que abraça sua angústia e lhe dá espaço para se mostrar. Existem milhares de teorias, milhares de autores, entretanto o que une psicólogos é a vontade de ajudar. Ajudar alguém que perdido se encontra. Nunca seremos mágicos. Nunca seremos adivinhadores, mas podemos juntos, em um processo de escuta, frisar e orientar através do que se faz sentido ao sujeito, um caminho. Este caminho no entanto, é livre. Sim, por vezes se deparam com a angústia de um alguém que se diz ajudar, no silêncio. Este, que por si só é mesmo desesperador por vezes. O que esquecemos é de que não sabemos o que o outro quer, até que o mesmo fale. Psicologia é mais que um escutar. Também podemos subir o morro, arregaçar as mangas e irmos de encontro com a necessidade. Não estamos atados. Não somos presos em modelos. Deparamos com o estranhamento quando saímos do modelo clínico. Até nós estranhamos. Porém, sabemos que há necessidades em todos os lugares, assim como dentro de nós. Por ser a mente, nosso material de trabalho, precisamos estar em constante busca de equilíbrio mental. Psicologia para mim é então, estar em harmonia consigo mesmo, assim, com uma escuta apurada, sentir quando pontuar, quando esperar, entre outros manejos. Psicologia é estar empático para o outro. Estar comprometido naquele momento á fala exclusiva desse outro. É exercício constante em deixar pré julgamentos e moralidades nossas, virem á tona quando, necessita-se de um olhar para o sujeito. É reinventar dinâmicas de acordo com as demandas. É entrar em contato com os medos, anseios, desejos, alucinações, paranoias, sem se perder. É busca constante por algo invisível á luz dos olhos. É tornar-se mais perto de ser o que se é. É libertar-se de culpas, ou ameniza-las. É tentar chegar á uma verdade subjetiva, uma verdade para quem á conta. É saber que dessa vida, nada se sabe. É entender que existe tempo atemporal. É sair da 'mesmisse', do achismo, do pronto e imutável e se ver lançado á todas as possibilidades. É também entender que falhamos, e saber que até na falha podemos realizar um auto questionamento para melhorias. É entender que Freud, Lacan, Melaine, entre tantos fazem parte de nossas vidas, mas que eticamente, posso fazer manejos de acordo com o momento. É ser e estar, vier e deixar ir. É um orgulho poder fazer parte desse time. Feliz dia dos psicólogos. 
Por fim, que de alguma maneira, este simples texto cause algo em vocês.
*** Perdoem as simples palavras, mas meu peito transborda ansiedade. Preciso deixar fluir. (NH*)

Trilha sonora: The Black Eyed Peas - The Time

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O que de mim não suporto no outro?

"Não sei, mas algo naquela pessoa me incomoda". Alguém já falou/pensou isso de alguém? Porque me incomodo tanto com ele(a). O que nela não suporto? Será que estamos fazendo as perguntas certas? Bom, eu procuro ( sempre, ou quase sempre) fazer uma outra perguntinha. O que neste incomodo é real e quanto disso é meu? Como assim? A gente tem mania (transferências) de projetar sempre algo no outro. Isso são coisas da vida. Faz parte. Dentre essas experiências vivenciais, há algo meu que não suporto. Há aqueles desejos não vividos, sentimentos que vão se acumulando em mim, entre tantos outras lacunas reais e fantasmáticas que projeto nestes outros. Toda relação, sendo troca (palavras minhas), deixo e busco algo do outro que penso precisar. Esse processo muitas vezes inconsciente é que vai me direcionar á essas transferências. "Ah, não sei, aquela menina está me chateando". "Não suporto o jeito que ela me olha". Vamos lá, por quê será? Ela fez algo realmente para que eu a não suporte ou algo nela está mexendo com algo que é meu e ainda não me dei conta? A coitada da menina nem te conhece e te olha como olha para todos que estão neste desconhecer. Apenas com curiosidade, digamos. Essas hipóteses levantadas então para mim mesmo são de grande ajuda para tentar identificar coisas que ainda não tinha notado. Acredito que quando se consegue lidar com esta descoberta, ótimo, quando não, tornando-se angústia pura ou qualquer sentimento de sofrimento, por que não procurar um psicólogo? Alguns exercícios, posso fazer/tentar diariamente, mas quando se há um outro para pontuar alguns aspectos mais enraizados, conseguimos permear estas projeções e entrar na raiz daqueles porquês. Assim, antes de mais nada toma-se por si mesmo e procure pensar onde está o incomodo. Só te obter esse raciocínio de possibilidade de que isto é "somente seu" já nos permite abrir um leque de pensamentos deixando de lado apenas uma resposta. Refletir para uma melhoria interna, nos proporciona uma busca no qual nem sempre é fácil, mas durante esse processo, surge coisas tão fantásticas sobre si mesmo que elaborando de certo, podemos ser livres. (NH*)

Trilha sonora: Pitty - Só Agora

terça-feira, 21 de agosto de 2012

E então já não era a mesma

E se fazia toda perfume ao cair á noite. Esperou por horas. Seu cigarro queimava no cinzeiro. Todo carro que passava, pensara que era ele. O telefone toca. Uma eufórica angústia se toma. Permite um sorriso tímido. Não era de seu interesse. Retorna então ao ritual de espera, porém agora acompanhada de um dry martini. Sua azeitona, quase nem mexida é algo que se ilumina para Sophia. Questiona-se como seria ser algo não pensante, algo estável. Ri sozinha. Se torna louca, pensa. Volta a olhar para á azeitona. Algo aconteceu. Nesse intervalo de um sorriso tímido e uma azeitona estática. Já não era mais a mesma. Agora a inquietação era de outra ordem. Amedrontou-se, então. Fica sem ar. Derruba o martini. Ele chega. Como de costume, Carlos mal a olha, não se nota o perfume, tão pouco o desejo. Sobe para o banho. Sophia, que já não se sabe o que lhe acontecera, chora. Chora um choro despertar. Pensa em sumir, desistir mas nem sabe de quê. Espera Carlos descer. Recompõe-se. Volta-se o perfume, porém agora algo já se apagou. O cigarro já se queimou e seu martini, ao chão, quase que transparente, se mistura com os restos de poeira do tapete. Pobre Sophia, algo despertou.(NH*)


Trilha sonora: I Put a Spell on You - Nina Simone

sábado, 18 de agosto de 2012

Sei de mim assim?

Dor. Quem sou eu para subestimar uma dor. Dor por si só, apenas falada já dói, inquieta. Como internalizo minhas vivências é que vai me direcionar para um maior enfrentamento ou estancar por um momento. Sei que tenho possibilidades, e sei que permito entrar ou sair de tal momento angustiante. Sei também que todos somos seres únicos, com pensamentos e sentimentos únicos no qual a existência subsidia meus manejos. Assim, por ser único, não cabe a mim ou á ninguém julgar e medir a dor de um outro. Mesmo que passando pela "mesma" situação, nem mesma já é, quanto mais o sentir. Caracteriza-se por julgamento algo pré-conceituado que meus valores se colocam á frente dos sentimentos desse outro, tornando assim então minha moral e somente minha. Posso ter minhas idéias entre moralidades, mas quem sou, para imaginar que o que o outro sente é menos ou mais que tantos? Ninguém é tão algo que sabe d'outros tão bem quando nem de si dá-se conta. Nenhuma dor/angústia/sentimento é de fato falado. É sentir, logo é particular. Posso sentir um luto profundo frente á uma desilusão amorosa que me deixe marcas até quando conseguir elaborar e talvez permitir deixar de lado. Posso também sentir algo passageiro pelo mesma experiência. Posso sentir o que quiser e o quanto drama tiver de vir. Me construo aos poucos, e nessas vivências me modulo e me permito mudar. Cabe a mim, ser subjetivo, saber o que sinto e quanto de profundo há nisso. Somos tanto que não possuímos sabedoria tal grandiosa para conhecermos tanto o que no outro se manifesta. É através do que você conta que sei de algo. Sem saber onde e qual importância tal coisa tem para você, não poderei experimentar pré-julgar algo que talvez nem você tenha se tocado. Tal relação, me permito também colocar como ser humano, pois se cada um cuidasse do que é de fato seu, ( aqui retiro o caráter do desejo do Outro psicanalítico) internamente, talvez, surgiria uma relação de empatia e porque não harmonia em nosso viver? Concluo, que não há nada de errado em pensar o que é a dor para o outro, mas friso, que ao certo, o que penso não é dele e sim meu, portanto, muitas vezes o tentar adivinhar não passa de uma realização de um desejo seu para talvez ajudar este outro ou sentir-se que há um outro que precisa de você. (NH*)

Trilha sonora: Quase sem querer - Legião Urbana

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Posso ser melhor?

Tema da aula: Esperança. Parece meio bobo falar de esperança em sala não? Talvez. Pra mim, que estudo psicologia e até mesmo apenas para refletir na vida, já que meu instrumento de trabalho é a mente, logo qualquer tipo de interação para crescimento positivo, ou apenas reflexão é de grande valia, falar sobre esperança cai muito bem. Sabem que não nego uma queda imensa pela psicanálise e fenomenologia, mas não deixo de lado nada que como já citei, acrescente. Assim, falar de esperança por si mesmo é falar de acrescentar. É acreditar que irá haver mudanças. Mas esse esperar da esperança é movimento. É crença em algo interno que me move até meus objetivos, esses que mesmo materialmente exige esse mover. Na minha concepção de esperança, há um quê de subjetivo, pois me pergunto o que há de valor para as pessoas. Há aqueles que espera ganhar na loteria, aqueles que esperam reatar o namoro, os que esperam vida após a morte, entre outros mil esperar. Há então aqueles que esperam de si mesmo. Superar e melhorar a cada dia. É nesse anseio por sentimentos melhores que a psicologia positiva entra. Porque não começar de mim mesmo uma esperança de conseguir, mesmo que em pequenos passos melhorar minha confiança? E meu respeito por idosos? Cada um sabe o que seria bom melhorar. Todos temos qualidades e defeitos, mas pra que se apegar aos defeitos? Parece clichê o que vou dizer, mas porque então os clichês se repetem tanto? Há demanda. Assim, completando o raciocínio, nossa sociedade, (digo que por mais diferente a cultura, há alguma exigência em relação a ter-e-real desejo, pois em algum momento, acredita que a angústia de não saber o que é meu e do Outro irá se manifestar) permeiam nossos sentimentos de sentidos vazios, que nestes acreditamos ter sentido. Esse ciclo vicioso, por vezes causa desesperanças, depressões, entre outros tipos de incomodo. Assim, de uma maneira nada sútil porém inconsciente imagens de um falso precisar de algo bombardeiam nossa mente. Não precisamos ser radicais e apenas ter esperanças internas, mas podemos tomar-se como hábito pensamentos positivos em relação a si mesmo, a sentimentos bons e qualidades. Não é fácil, mas assim como qualquer outro hábito, cria-se um vínculo interno com algo que lhe cause satisfação, então, porque não se dar liberdade para estar melhor? É um exercício diário que não exige nada além de vontade e esperança de uma melhor qualidade de vida. Assim, tomo a liberdade e cito Becker (1979), no qual em sua experiência dizia que indivíduos com distorções cognitivas ou pensamentos automáticos no qual visavam um futuro ruim, poderiam desenvolver uma depressão, logo uma grande falta de esperança no futuro possibilita doenças psíquicas. Com isso, vemos o quão importante é ter esperança em si para uma melhoria futura. (NH*)


Trilha sonora: Empire Of The Sun - We are the people

terça-feira, 7 de agosto de 2012

E tens tempo pra pensar?

Se a vida pede um novo jeito, assim se surgirá. 
Se de novo me perco no tempo, tempo atemporal se dará. 
Meu tempo, meu jeito, meu quê de querer um novo, só feito de "nós" perturbará. 
Nem só nó, nem só novo, nem só tempo tem que dar. 
Tempo pede nós desatador de nós mesmos assim que tempo chega já. 
Que tempo é esse que persegue novo tempo de ser novo, de ser sempre algo sem ter tempo de procurar?
Que tempo é esse que se perde em tempo, não deixando tempo de se aventurar?
Tempo esse que de novo venho atento, sempre bobo, sempre tento acalmar.
Calma boba que só tempo calma sempre, sem ter pressa de chegar. 
Chega tempo de querer novo mesmo novo sendo outro já não bastar. 
Outros tempos diz aquele que não segue o novo sem deixar.
E há como seguir com tempo algo novo, sem ter tempo pra deixar?
Deixo atendo o tal do tempo, feito tempo á pensar. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mas por si mesmo ou pelos Outros?


Mas então de toda vida se têm um objetivo?
Á quem a não ser a mim mesmo devo contar?
Perguntas como estas se faz/fez/fazer-se-á presente em um momento da vida, ou não. (Há quem do Outro não se questiona nada). Se não me percebo toda, (o que em alguns sentidos não me preencho mesmo) por momentos, me questiono se não só a mim devo me completar. Por horas penso se um ser existente de tanta complexidade não precisa de um Outro ditando-o o que entender. Por si só entenderíamos a essência do ser? Essência esta que por uma busca da verdade precisa-se abdicar de questões ilusórias que nos vêm a mesa? Questões que nas quais não somente nós mesmos concordamos em participar? Ora essa, assim cai em contradição dizendo que não só precisamos, como aceitamos o Outro em nossa vida. De tudo, há sempre lados. Lado que compensa, lado que me atrasa. Antes de existir somente dois lados, há interpretação diferente de cada indivíduo, logo, me atento á dizer que cada um tem seus mil lados á se pensar. Filosofia á parte, penso juntamente com um lado humanizado, já que tenho um quê de psicologia na tal da minha essência (se é que aqui, entendo bem o tema que estou á me aventurar). Soa um tanto convidativo á participar desta questão filosófica da existência, mas não deixando de lado, gostaria de propor um pensamento sobre o sentir. Sentir que podemos estar sendo algo pela "influência" também de Outros causa certa angústia, já que nos configuramos não somente nós por nós mesmos. Não há crescimento sozinho. (Aqui se fala em relação com outros). Assim, começando neste pensamento, pede-se atenção ao que se chama de relacionamentos. Este, que entende-se por qualquer relação com qualquer ser vivo, (sim, gosto de incluir animais, tanto pelo fato de acreditar que eles passam energias para nós e vice e versa, quanto aqui, de uma forma pejorativa, insinuo animais de duas patas andando por ai - DESCULPEM os conservadores- mas sim.) Dizendo assim, incluo que essa angústia, como costumo dizer, é do bem. É algo que se percebe caminhando para a essência. Não há como viver a verdade e se houver, não saberia como continuar, porém, a busca é extremamente importante. Importante que cheguemos ao máximo desta essência, e assim, quando percebemos/substituirmos a falta por outro algo, buscamos novamente. Assim se faz a vida. Por esta questão, venho vagando por respostas não convencionais em relação á perguntas pertinentes. Volta e meia voltam sentimentos antigos, doloridos, que traz a tona buracos descobertos. Que maravilha, penso em relação á crescimento. Que porcaria, penso eu, ser pensante evitando o desprazer e entrar em contato com questões não resolvidas. Ah NH, sua criança mimada. Resolva seus problemas e siga. Mas que petulante esse meu inconsciente trazendo a tona estas questões. A não ser que eu pare e resolva internamente certos incômodos, ele voltará em algum momento, atrapalhando então, minha eterna busca da essência do ser. Da paz, plenitude, que se espera alcançar. Não, não estou me baseando na bíblia. Poderia, mas não. Aqui, tenta-se colocar questões existências baseadas na vivência, o que pra mim inclui-se espiritualidade, psicologia, filosofia, entre tantas outras, porém, tenta-se também não querer ser um Outro ditador e sim facilitador do pensar. Voltando...
Pode-se dizer então que um jeito simples de se entrar em contato com a existência, é o sentir. Sentir e falar sobre isso. Quando se fala, há uma tentativa de expor algo disfarçado. Esse disfarce, vem muitas vezes na proporção que você aguenta lidar naquele momento. Não há confiança plena que este pensar irá ajudar a chegar á uma conclusão sobre, porém, o alívio de dividir a angústia é tão preciosa que por muitas vezes fabrico falta pra ter o que se procurar. Com todo esse descobrir, fico então á convidar á quem se identifica com o pensamento de eterna busca, á entrar em contato com seus "meios", para que se encontrem e encontrem o caminho da procura por sua essência. *(NH)

Trilha sonora: O Último Por do Sol -  Lenine

sábado, 16 de junho de 2012

Que mal se faz?

Em pleno fim de semestre, á meio de relatórios de psicanálise, comportamental, me pego distraída pensando ainda no dia dos namorados e como essa data afeta as pessoas. Na verdade, este é só um nome para introduzir meu pensamento, já que estou atenta á palavra esperar. Porque esperar tanto de uma data simbólica? Porque se preocupar tanto com o que o Outro quer e deseja? Este esperar vem de mim? Espero de mim? O desejo é todo meu? Sim, datas são efeitos capitalistas, porém acredito que isto vai mais além de um efeito de massa. Vai através da condicionalidade. Como assim? Penso que fomos criados para esperar e não acredito ser de todo erro. Esperar, desejar algo é muito importante. Inclusive, é na frustração da falta que desejo surge. Mas este desejo vem de onde? É novamente massa? É meu? Há tantos Outros, que nós perdemos á essência do ser, da condição pensante. Droga, acabo de ser hipócrita, pois amo o dia dos namorados e ainda sim penso. Me questiono então porque ainda esperamos tanto migalhas de mídia, do inventado, do não real? Por mim e de mim sei metade. Sei que eu/desejo/penso que entrar num jogo e aceitar algo dado é mais fácil e em certas ocasiões viver alienado (digo-momentos- não todo sempre, até mesmo porque sempre não há) pode ser apenas viver/deixar. Ao mesmo tempo, contradizendo a mim mesmo, penso que é desejar um desejo de um Outro tão seu, que se perde, portanto acredita-se ser necessário precisar daquilo. Precisar mostrar uma alegria constante, mostrar um quê de angústia de não ter. Não ter e descobrir, dói. Não ter o que não é desejo seu, dói também. Por esses dias ouvi conselhos sobre a dor. Não foi em sala de aula e não foi com alguém doutor. Foi senhor simples cuja vivência equivale a mil destes. Dor, nem sempre é ruim. Dor avisa quando o organismo sente algo estranho. Dor é preparação para cura. Com ela surge paciência (ciência da paz) - sabedoria e cura. Nunca tinha ouvido algo desse ângulo e gostei. Achei que cabe filosofar sobre tal aspecto. Cabe ainda ver a dor positivamente, pois dor já é. Completo aqui, por agora que angústia pode-se gerar felicidade. Descoberta de desejo. O caminho, de fácil nada tem, porém que mal que se têm em se descobrir? (NH*)

sábado, 2 de junho de 2012

Bem pouco

Só nesse nó que aquece
Se vai, então deixe ir,
Se fica, se dê por um todo  
Sobre todas as coisas  
Que fique; claro se faz. 
Pare, pense, respire e fale. 
Fale fale fale. Tire seus nós,
Nós.
Apenas nós.
NH*

terça-feira, 22 de maio de 2012

Por um momento e meio

E por inteira me tomo dúvidas. De inteira me dou aos pedaços. Fracassos, laços. De inteira me redescubro meio. Seio. De inteira me vejo mil. Sem pudor, com culpa, desejo, angústia. Por inteira me questiono, me iludo. Por inteiro nada é. Lugar algum se dá. Então me inquieto. Volto a ser inteira. Inteiramente perdida no nada. Saio de mim por segundos e me vejo. Me sinto, me toco. Talvez me encontro. Talvez eu digo. Talvez metade é mais que inteira. É o que se dá por meio, mas meio inteiro. Meio lá. Lá, onde existe meios pra se chegar ao meio. Lá onde eu posso ser meio sem ser inteiro. Sendo meio mas meio certo. Certo? Volto no estágio ser inteiro. Me nego, esqueço. Inteiro. Meio.(*NH)


Trilha sonora: Meu cunha lindo cantando Meu erro - (Paralamas do sucesso)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Deixa viver!

O entender se torna pálido quando o descaso do crescimento se dá. Há uma impossibilidade de se permitir pro novo de uma tal maneira que algumas palavras fora do vocabulário já conseguem inibir. Volta o medo e a insegurança mas não se nota. Nota angústia, desesperança e tais sentimentos mas não se sabe sua causa. Permitir não é tão fácil. Não se fala em clichê por meras coincidências. Se fala por um saber coletivo. Não se resume á todos simplesmente por tal fato, mas que de novo não se dá quase nada. Criam-se e apóiam-se através do que se têm e do que se pode ter no momento. Espera-se mais. O momento oportuno para um crescer, para um desenvolver, seja ele cognitivo ou um todo sentimental. Não se há importância maior que o próprio umbigo. É necessário um olhar para dentro. Conhecer. Eis que surge esta pergunta á meio de um turbilhão de outras em um determinado estágio de psicologia. É de tal grandeza a necessidade de se conhecer? Como o fazer? A cada um se dá diferente. Há aqueles que é necessário uma ajuda, outros que necessitam do esquecimento de amigos, outros trair alguém. São acontecimentos diários que nos leva a imaginar o porque certas coisas acontecem. Este perguntar talvez tímido e receoso, trás um olhar mais atento para uma questão de anos atrás. De um passado que se faz mais presente que o próprio presente. Não há receita para esquecer um amor, para conquistar um outro. Aqui não falamos de bolo. (A não ser que cabe por um momento falar em metáforas. Mas peralá*, não o fazemos á todo momento? Voltando...) Não podemos determinar nada. Até o tempo tem tempo de ser atemporal. Como podemos então determinar o que se fazer? Então desistir é uma solução? Talvez. As metades serão metades, mas a qualidade dessas metades quem decide somos nós. Cada um sabe o momento de se mover. Esse movimento combina com você. Como chegar á tal conclusão? Depende. Sem regras, sem dedos ou talvez com manejos em algum lugar se chega. É um processo natural. Ir. Talvez você precise voltar, retornar para seguir, pois então retorne. Não há vergonha alguma em dar voltas. Permitir não é simplesmente ir. É entender os erros e aceitar. É saber que nada e ninguém é perfeito, e que erros são necessários para o crescimento. Permitir é aceitar sem culpa, é tentar. É viver e deixar viver. (NH*)

Declaro

E de que adianta?
Me enrolo, me nego, me quebro.
Á que acaso/pessoa devo culpar?
Me deixo.

Ao meio de tropeços, á um jogo de alternâncias,
me altero, me interno, me lanço.
ALTERNO.


Mudo, busco.
Grito o mais silencioso pedido,
e nesse palco não há expectador, a não ser,
eu mesma!

Nesse palco não há atores bem pagos.
Há cena feita de vida, de tantas outras.
Há música que envolve, que desce, que sobe e envolve novamente.
Há buscas constantes de se fabricar algo.

Falta?

E nesse negar, projeto meu, feito pelo meu íntimo tão íntimo que desconheço,
Me avisa, mexe comigo, mas vira e mexe não permito.
Mudo então novamente,
Converto.

Se ao menos me tocasse dos momentos de sublimação, de aquietação,
Mesmo que por um segundo,
Seria o quê então?
Sussego, arrego ou buscai-vos-ei mais?

E para que palavras doces então? De onde vem?
Já não sei se meias verdades cabem meias mentiras,
Já não me alcanço
Nem tento.

Fico.
[NH*]


Trilha sonora: Half Of My Heart - John Mayer

terça-feira, 3 de abril de 2012

Seja um leque.

Perda de tempo. O que seria perder tempo? Que tempo? Que sentido se faz para cada um? É interessante em pensar que algumas pessoas possam querer a mesma coisa mas em tempos diferentes, arranjos diferentes. Que quando o contexto muda, tudo muda. Fases? Experiências? O que classifica uma pessoa para que ela esteja sabendo de algo? O que é esse saber? Por que tantas perguntas se dá quando há falta? De algum jeito é necessário alguma falta. Mas e se essa falta já lhe fazia falta mesmo presente? É normal sentir 'falta da falta' e fabricar uma outra por esperar algo novo? Sua psicótica linda. Não sei se normal seria uma boa palavra, pois o que é ser normal? Quais atitudes me absolvem da loucura? Diante de algo que sai dos padrões de normalidade para tomar uma decisão, como posso decidir algo sem ser julgada? E se eu decido ir apenas sem saber pra onde? Ainda louca? A vida não é confusa. Nós tornamos tudo mais confuso quando se pensa demais ou se pensa de menos. É necessário equilibrar, ponderar, relevar, ir, vir, voltar, errar, partir, chorar, amar, sorrir. É necessário ser ativo. Perde-se aqui, ganha-se lá. Luto. Nós somos mais que pedaços. Nós temos o poder de decisão. Nós podemos ser qualquer possibilidade. Podemos estar em qualquer momento. A vida é um leque. Abra seu leque. Doe-se. Veja quantos lados a vida tem. Experimente alguns. Busque. Esteja sempre buscando. Ser alguém melhor, fazer alguém feliz. Tente. Enquanto houver vida, pode-se tentar. Aprenda, que não precisamos saber tudo. Isso é impossível, mas se há uma chance de saber sobre algo, abrace essa idéia e vá. *(NH)

Trilha sonora: Mick Jagger - Old habits die hard

domingo, 1 de abril de 2012

De repente o esperar

O jeito é começar de repente. Não se acostume com o que não lhe faz bem. Mude alguns conceitos. Não fique preso á regras. A gente consegue estar feliz mesmo com problemas, com preocupações. Basta se permitir. Estar algo é passageiro. O estar estando enquanto estiver estável, esteja. Jogo de palavras, metáforas me agradam. Posso eu estar colocando pra fora algo que nem mesmo sei? Algo que preciso dizer mesmo sem querer? Há tempo de se procurar, de se perder, de se recolher, de todas as possibilidades. Qual é seu tempo? O meu é o de esperar. Na teoria, a vida é linda - se você analisar bem, os detalhes, a natureza - mas a pratica muda. Seu cotidiano é SEU. O que você está fazendo de sua vida? Você pode continuar ai, em seu cantinho na espera por um príncipe encantado,  por um emprego, por uma bolsa de estudos. Você pode ficar na espera por qualquer coisa. Note uma sutil diferença em esperar e espera. Com um ar de continuidade meu tempo é de esperAR. Há sempre idealizações, interpretações e busca constante mesmo parado, mas eu caminho. Não 'espero' -parada- e pronto. Movimento. Movimento pensamentos, corpo, boca, olhos. Eu respiro. Tudo que ainda respira, há chances. Portanto, se faça chance, se parta em possibilidades. Esteja pra vida assim como ela está pra você. Releve, sinta e se for preciso deixe. Decida-se e responsabilize-se por isso. Isso aplica á qualquer movimento. Seu corpo, seu instrumento necessita de cuidados, porém não se esqueça de sua mente/alma/coração. Faz parte do seu corpo então observe o que se passa com cada parte dele. Aquele clichê que a vida passa rápido é uma verdade, então qual o medo de se arriscar? Se não há possibilidade agora tente esperAR, tente aproveitar as chances e siga. A vida se encaminha o resto. *(NH)

Trilha sonora: John Mayer - Free Fallin'

quinta-feira, 29 de março de 2012

Esteja você.

Não há combinações perfeitas, pessoas perfeitas nem momentos perfeitos, há? Ninguém completa ninguém. OK, está certo, porém não é bom viver á dois? Pessoas sempre carregam consigo bagagens de experiências. Se você está com uma pessoa que já foi traída, humilhada ou qualquer sentimento que lhe deixou "cabreira" ela, em algum momento poderá passar essa insegurança para você. Você está preparado pra entender esse momento? Estar só. Nem sempre é fácil enfrentar algumas situações sozinha. Estar só é diferente de solidão. Você pode ter muitos amigos, estar com a pessoa mais linda do mundo mas mesmo assim ainda se sentir só. O que configura essa solidão vem de dentro, portanto não procure conforto lá fora. Retire sua casca, se descubra. A melhor companhia para você, é você mesmo. Imagine que mesmo sendo trigêmeos, quadrigêmeos, ou qualquer coisa relativo a irmãos, ainda assim você nasceu sozinho. Calma, isso não é para você ter um momento melodramático e pensar no quão solitário você está e sim para pensar que há diferenças em viver por alguém e viver e ter alguém. Sim, somos o centro das atenções quando se fala em vida. É por isso que cada um tem a sua. Calma, não estou pedindo para ser egoísta em relação á tudo, mas em primeiro lugar vem a pessoa mais importante para você, você mesmo. Estando bem consigo - e falo isso com toda naturalidade do mundo que não é um processo fácil, pois muitas vezes o que vêm de fora magoa - você consegue lidar com alguns assuntos com maior tranquilidade. É necessário paciência e muita paciência. Tanto para estar só quanto para estar com alguém. Exigem de você mesmo um processo longo de paciência. Só, você se encontra e percebe que nem sempre é fácil conviver com alguns sentimentos. Estar com alguém segue a mesma linha. Outra pessoa se dá. O negócio é desencanar do que existe pronto, tabelado e relaxar. É se jogar mas com equilíbrio. Esses dias estava eu assistindo um vídeo de um cara que se apaixonou e sofreu. Sofreu muito. Achei que no final ia falar alguma coisa HOMENS, não se apaixonem. Por incrível que pareça ele disse o contrário. Sofrer é bom. Sofram. É interessante, mas tem gente que precisa de sofrimento. Tenho muitas(os) amigas(os) assim. E quer saber? Estão mais que certos, porque além da vida ser uma só, quem discorda que sofrendo - na medida - não é gostoso? O processo de se auto conhecer também tem um quê de sofrimento. Não torne as coisas tão sérias. Não torne você mesmo tão sério. Ria de algo que não está dando certo. Falo isso sobre todos os assuntos e não somente o amor. Resiliência pra vida de todos minha gente. Já está numa situação ruim? Porque então aumentar essa ansiedade com algo pior se nem aconteceu esse pior ainda? Espere. O mundo realmente gira. As coisas mudam. Pessoas entram e saem da nossa vida. A vida acaba. Por ser curta se deve dar atenção á alguns aspectos, como saúde, familia, amores, entre qualquer outra coisa que lhe seja importante. Deve se preocupar com você. Você estando bem, as pessoas aparecem. Não queira ser o amigo depressivo a toa apenas por precisar de atenção. Você pode ter atenção, porém isso não garante empatia. Isso garante obrigação. Nada mais chato você ter que cuidar de alguém por obrigação, pena não? Esteja bem de espírito para querer bem alguém. Não se envolva em seu momento fundo do poço. Ninguém gosta de ser escape de ninguém. Aprenda a respeitar-se e respeitar os limites. Tanto seu como da outra pessoa. Somos todos diferentes. Ouça mas também fale. É engraçado como sempre nos colocamos como senhores da razão, sendo que para cada um um significante se dá. Acredito que quando erramos aprendemos muito mais que quando acertamos, portanto erre. Acredito que só nós mesmos sabemos o sentido que se deve seguir então siga seu feeling. Siga e almeje estar feliz. Somos feitos de momentos. Somos momentos feitos de nós. Nós. Desatem.Essa brincadeira de palavras, não é a toa. É necessário colocar significante ao que se fala. Mostrar dentro de um determinado contexto o que se pode ser. Mostre - Demonstre. Perceba o que há de melhor e o que há de pior. Construa-se sempre. *(NH)

Trilha sonora: To the sea - Jack Johnson

sexta-feira, 23 de março de 2012

Todas

Ás vezes me percebo tão pequena, tão menos. Me sinto num mar de gente perdida, esquecida. Bate uma saudade de algo, uma falta aparentimente sem sentido. Algumas saídas me distraem, como olhar em volta do meu mundo e perceber o quanto há outros mil problemas 'piores' e quantos sorrisos disfarçados. As pessoas disfarçam. Por trás de um sorriso ás vezes tantas lágrimas se dá. É tão misterioso. Me sinto até repetitiva, mas ai vejo que há sentido na repetição, há sempre detalhes novos no repetir. Algumas dores antigas, lá de trás que não dei atenção torna-se repetição num momento oportuno. Uma repetição que somente percebe-se falando, observando. Com cuidado penso sobre algo que ando fazendo. Algumas atitudes, alguns caminhos parecidos e quando vejo, já sinto que repeti algo mais uma vez. Ontem conversando com uma amiga, vi que os problemas que a gente têm te submetem a fazer escolhas. Escolher tentar, esperar, agir passivamente, falar... Percebi que vivo momentos parecidos com os que já vivi e por saber como me sinto em relação a tais vivências, me vi perdida. Me senti acoada. A vida me pedindo atitude num momento frágil, num momento pra ser mimada e não ser força. A vida pede sempre, porém em alguns momentos você apenas quer colo, apoio. Será que é tão complicado doar-se? Quando se pede atenção é necessário gritar? Mesmo em silêncio existe o grito implícito. Se houvesse um jeito, por um momento de se conectar á alguém e ficar ali, quietinha, apenas passando as horas, com certeza eu faria isso. Hoje quero me desconectar do mundo, por segundos, mas preciso. Pode ser que volte como repetição, como sintoma, com qualquer face, mas por agora eu preciso de um tempo. Eu aqui, gente. Nem NH, Nem Nathália, Nem estagiária, nem nada. EU TODAS. *(NH)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Então fale

Entre aspas, entre parênteses. Alguns pontos finais, vírgulas, e muitos pontos de interrogação. É assim que se sente aquele que se vê aberto á possibilidade. Muda-se. A convivência ás vezes insiste em 'convencer' que o que se têm, se precisa e o que se precisa é o que se pode ter. Mas a vida insiste em pedir mais. Pede mais sentido, mais diferenças, mais agora. Há tanto do Outro em nós que nos confunde, funde, entrelaça e laça. Se LANÇA. Uma noite mal dormida, uma inquietação pertinente fica pesando em suas costas e quando você dá conta, há algo maior por ali. Há pensamentos contraditórios, há falsas palavras que surgem em sua boca. O quão louca a gente se acha quando troca um nome, quando esquece as chaves do carro? O quanto isso fala sobre a minha pessoa? A gente parece viver contra um exército ás vezes. Sempre se protegendo de algo. Por que? De quê? O medo é tão certo e tão vago ao mesmo tempo. É necessário tantas armas contra nós mesmos?  De tanto evitar, quando chega algo bom, perde-se sem perceber. Seja qualquer vivência, é importante que se viva. Mas algo que move por dentro dói e as vezes o acomodar-se com uma rotina, com um algo 'seguro' se torna tentador. O se responsabilizar acaba ficando distante e culpar o acaso parece ser uma boa solução. A gente tem tanto que aprender, tanto para se perceber. A vida é esse eterno clichê de querer e poder fazer-se o que quiser. Você pode ser o que quiser e falar o que for preciso para que esse nó desatedie, para que essa couraça afrouxe. Amanhã você se preocupe com as novas couraças. Dê atenção para a que está gritando no momento. Faça como as músicas, seja drama puro. Seja algo por você de vez em quando, só pra variar. Sim, é necessário uma busca, uma percepção de si mesmo. No caminho você pode se perder, acreditar estar fazendo algo errado com a informação, e até mesmo querer desistir. Tudo que você fizer, até mesmo desistir aparecerá um pouco de você, de como você está constituido no momento. Não se chateie, é normal. É necessário. Pegue tudo que há de ruim, de empecilho, que te atrase pra um viver, não jogue fora, observe. Aprenda com a carga que vê já passou. É experiência. Não olhe pra trás com desprezo. Sinta-se piviligiado de estar caminhando pra frente. Não se desespere com o nada. Imagine que isso pode se tornar tudo, afinal tudo é nada. Não diga muitos nãos, mas não aceite tudo também. Não há necessidade de desconfiança sempre, mas a malícia vem com o ser humano. Não tenha vergonha de chorar. Chorar também desata nós. Sorria como se você tivesse um segredo nos lábios e que somente você e sua melhor amiga sabem. Esse sorriso causa curiosidade nas pessoas e podem fazê-las sorrir também. Fale. Há grandes pesquisas que algumas doenças são causadas por não dizer sobre o sofrimento. Viva o processo do luto. É importante cada passagem deste rito. Perder as vezes é necessário para se ganhar. Presença não significa estar ali. Sentimentos são privilégios dos humanos, portanto sinta. Sinta tudo que você tem direito. Busque, jogue-se. É tão bom se permitir. Leia e leia muito, mas pare para levar um doce pro seu 'amigo'. Você vai ficar surpresa como isso irá te fazer bem. Esse negócio de que os olhos falam pode até ser verdade, mas é bom escutar o que a boca diz. Fantasie sobre o olhar quando as bocas falarem mais. Suba no palco de alguma balada um dia. Seus amigos vão agradecer. Ouça sua música preferida milhares de vezes e esqueça ela por alguns anos. Lá na frente ela se tornará uma lembrança de um momento único. Um momento feliz. Felicidade não é para sempre. São fragmentos de tempo então aproveite seu sorriso. Beba, namore, compra uma bicicleta. São três coisas que irá fazer seu coração acelerar. Abrace. ABRACE muito e muito forte. Fique um tempo com sua família. Ninguém é imortal e alguns momentos podem se tornar pra sempre quando bem vividos. Nossa memória é fantástica. Chingue bem alto. Ás vezes nada melhor que gritar um palavrão. Peça desculpas. Você não é melhor e nem pior que ninguém. Brinque. Mesmo com seus cinquenta e poucos anos. A melhor sensação é quando se é criativo. DANCE. Aquela história de ninguém estar te olhando é sério. Aproveite. Derrube um sorvete em sua roupa nova e não se esqueça dos comerciais de sabão em pó, todos se divertem mesmo assim. Cante também. Uma música em inglês com sua própria versão. Xaveque. Leve foras. Isso é bom para o amadurecimento e pra ver como cada um tem seu gosto. Escreva. Eu em particular poderia passar horas escrevendo. Isso ajuda a relaxar. VIAJE. Quem não gosta de viajar? Você se renova. Durma fora de casa. Venda alguma coisa usada. DESAPEGUE-SE e APEGUE-SE. Se permita estar  de encontro com você. Seja louco e bobo as vezes. E o mais importante, se permita MUDAR. Mude conforme você se descobre. Mude enquanto você está vivo. *(NH)

Trilha sonora: Say- John Mayer

terça-feira, 13 de março de 2012

E, se?

Tem horas que você não sabe se o que realmente importa é esperar até que algo começa a  te mover novamente ou se é importante que você se mova para que aconteça algo. Eu poderia dizer que pode ser qualquer um, que depende do seu jeito, do seu momento, do seu humor, mas tem dias que você não pensa direito de tanto pensar. Você coloca seus sentimentos em tudo. Você não fica nenhum pouco na razão, já que essa pode decidir algo. Você precisa de uma confusão, de algum momento que te tire do chão. Que mexa com seu corpo, que te embaralhe a cabeça. Que te faça tremer. Você precisa de motivos, de abraços, de suspiros. Você precisa viver desse esperar, desse sonhar, desse complicar. Tem fase que você gosta de ouvir música de fossa, ouvir palavras bonitas e ser desejada. Tem dias que você não sabe se casa ou compra uma bicicleta. Eu gosto de drama. Mas meu drama é interno. Procuro que seja meu particular. Meus desejos impossíveis, meus mistérios. Me envolvo com meu interno e fico ali. Fico distante ás vezes, mas assim fico perto de mim, da minha confusão. As vezes você têm necessidade de se permitir sentir, seja qual sentimento é no momento. Eu sei que é passageiro, mas sei que tudo é possibilidade de vir á ser também. Essa abertura, vem em uma hora que você não está "esperando".Tenho uma amiga, que sempre me diz que não espera para não se magoar, não sofrer, mas fico pensando, esse não esperar não seria também uma espera? Apenas talvez algo com uma intenção de controle para um não sofrer pra uma talvez possibilidade de algo? Pois, penso que se não espero nada (ou talvez acredite que não espero) e meu desejo for aquele algo, meu inconsciente então vai esperar, e em algum momento, de alguma brecha minha eu vou acabar indo de encontro com esse desejo e ai talvez possa me decepcionar. Isso então não seria somente um adiar, um tentar bloquear  do estar sentindo? Não sei, talvez porque eu sinta muito, fico pensando se não seria algo no qual todos boa parte das pessoas façam também. Sentir. Mesmo que de formas diferentes. As vezes as pessoas podem não entender absolutamente nada do que você queira passar, mas isso não signifique que elas estejam deixando você ir embora da vida delas. As vezes elas apenas são diferentes de você. Pensam e agem de modo que você então não entenda. Não posso viver para que o Outro entenda, mas posso tentar entender o que o Outro entende. Posso tentar entender que em algum momento não estaremos em sintonia, ou estaremos. Posso tentar entender que o sumir de alguém em minha vida não é minha culpa e sim somente uma decisão momentânea ou não dessa pessoa. Posso tentar entender que a vida é cheia de escapes, fugas, desejos, inquietações, angústias e mil outros sentimentos que possam nada ter a ver com a minha pessoa. Que ela pode ir e vir assim como eu também posso. Há também alguns momentos que você não quer saber de nada disso, e como citei no começo você quer apenas sentir. Sentir-se importante, amada, compreendida. Você necessita de uma empatia além do momento. Uma empatia de sintonia. E o que acontece é que nem sempre essa sintonia está ligada entre as pessoas. Ai você tem aqueles momentos de (IN)quietação, do famoso sumir, dando um tempo pra você se entender e entender o porque desse momento. Talvez eu nem queira entender nada, talvez eu queira apenas não entender e continuar. Tem coisas que quando entendidas demais, perde a graça. Tem coisas que a graça é apenas o não entender. *(NH)

Trilha sonora: Blind leading the bling (Mick Jagger)


quinta-feira, 8 de março de 2012

Aquela história de cuidar bem do seu jardim até que faz sentido né? Cuidar dos que estão perto, do sentimento de agora, dar atenção ao que passa em sua frente, escutar mais. Há tanto no agora que a gente acaba se perdendo. Um instante pode durar uma eternidade se bem cuidado, bem observado. A beleza, nem sempre é a mais bonita, mas a que mais encanta. A beleza está nos detalhes. Um sorriso de canto, um olhar de curiosidade, um abraço singelo no qual passe todo sentimento do mundo. São tantas entranhas, tantos enlaços perdido no acaso. São pedaços, fragmentos de momentos, de sentidos. A beleza está nos olhos de quem vê, de quem sente. De quem se interessa pelo além, além do imposto, além do comum. Não há sentido para mim viver para o longe, viver de lembranças, do que não se pode ter. Manter uma impossibilidade para o novo, não é bem a minha cara. Por mais resistências que se encontre, há um certo impulso que me move para o movimento, para o ir. Há uma contradição, como tudo na vida. Com sentido que se dá momentâneo e é nesse que se agarra, eu vou. É jogar-se literalmente á um abismo, sem saber onde vai dar, mas esse não saber dá medo pois é aberto, é nada ainda. Quem não se sente inseguro com o nada? Ou melhor dizendo, com toda a possibilidade de ser algo? E se esse algo for contra o que eu gostaria? Acontece. É vida. Estou de olho, observando atenta cada movimento do ser (que eu possa perceber ) e mesmo assim me escapa algo sempre. Esse escapar me faz falta, que produz desejo. Por essas e outras desejo tanto. Por vezes até fabrico a falta. É necessário recriar, inventar. Mas não vivo apenas de fantasia. Vivo com um pé em cima e um outro embaixo, firme. Por isso a valorização dos que me têm por perto, dos que eu amo por hoje. Por isso o impulso de estar com pessoas. Dedico um tempo para pensar, agradecer pelo que tenho hoje. O hoje é tão mais importante que algo que nem aconteceu e que já aconteceu, porque eu estou aqui e agora. Posso sentir e sofrer por hoje. Mas para que prestar tanto atenção por algo que já foi e algo que talvez esteja por vir? Antecipar alguma dor é burrice. Viver de passado também. Me vejo hoje desejando o agora, por estar envolvida com esse momento. Se for pensar em tudo que pensam sobre o que eu estou pensando, apenas fico, travo, e como gosto de ir, faço. Não tenho o poder de retirar a parcela de medo, de insegurança diante de nada, mas posso fazer de tudo para entender o momento que sinto tais coisas e aprender a lidar. Ter consciência de que está lá e o porque está lá. Talvez nem consiga chegar nesse lá, mas só o tentar já me faz bem. O dividir dos meus pensamentos com alguém, tentar entender, trocar  palavras é tão confortante que então falo. Eu, por hoje, assim bem sem entender o depois, o antes, mas adorando o rumo do durante, estou disposta a ser possibilidade, a viver. Eu toda atrapalhada e fabricadora de faltas penso que viver um dia de cada vez, literalmente, se jogando pro novo pra mim, é a melhor opção. *(NH)

Trilha sonora: Amante Amado - Jorge Ben

segunda-feira, 5 de março de 2012

Eu sei, mera distração

A gente faz planos, insanos, incertos,
Se pega, se apega, se nega.
A gente corre e quando chega perto, se perde.
Apanha, arranha, machuca e vai.

Tem gente que grita em silêncio, tem gente que sofre no olhar
Um dia que cansa no outro compensa.
É fado, é destino, é coincidência ou deixar amar
É vida que bate atenta, ligeira, é vida que sente rolar.


É dança, é canto, é face
Enlaces, traves.
São casos, acasos, amassos, descasos.
É loucura insana, mundana.

É jeito, é pressa ,é atropelar
Num tempo bem lento se faz doar.
Precisa de encanto, de manto, de tanto?
Precisa de que para se entregar?

Cabeça que gira de um corpo frear
Tem pele, tem cheiro, desejo notar.
É bom, é confuso.
Pensar.

Quem age tem chance de errar.
Quem erra tem chance de ver
Quem vê já pode enxergar,
Não há regra, não há peça para se jogar.

É humano
É pensante
Contraditório
É bom/ruim
Ambíguo, doido, bonito.
É tudo que o nada pode proporcionar.
É agora, sem demora
É pra sempre que pode mudar.
*(NH)


Trilha sonora: Mimar você -  Caetano Veloso

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


Ás vezes a dor é tão grande que temos que alimentar de outros. Outras almas, outras calmarias. Pra evitar uma mudança súbita, costumamos adiá-las com uma garra que por mais que acredite que irá conseguir, lá no fundo algo diz que não tem jeito. Há momentos que não há o que fazer. É preciso se livrar dos erros do passado. Não é certo que seu coração será de um todo firme, mas mais forte ele será. Não é certo que você não irá cometer os mesmos erros, mas talvez um riso de tudo sairá. Não é certo pensar que há regras, há jeitos. O que há é o que é. O que se tem, o que se pode dar. A gente recria algo sempre. Olá escape. Ou não. Apenas um jeito simples e criativo de disfarçar certas coisas. Olá escape novamente rs. O certo é que não há certos. Há fragmentos de alguma coisa. Eu sei, tira um pouco o romantismo das palavras, mas na verdade esse romantismo todo está no interpretar. No SEU interpretar. Depois de muito tempo parei pra pensar nas palavras ditas ao 'vento'. Percebi duas coisas: Como falo e como falo nada. Difícil? Bom, precisei me retirar um pouco e pensar muito em mim mesmo. Duas coisas que julgo difícil, já que não costumo fail prestar atenção devida nesta pessoa que vos escreve. É muito mais fácil observar as pessoas, observar seus passos e suas palavras. Mas me percebendo vi que tenho recriado intrigas. Me cabe tantos contos de fada que me falta pessoas. Me cabe tantos sonhos que me falta sono. Houve dias que não sonhei e foram muitos, mas de repente me vem uma vontade louca de sonhar talvez alguns "mesmos" sonhos. Deve ser porque estou prestes a fazer aniversário e para alguns essa é uma fase digamos tensa. Comentei com uma amiga hoje mesmo. Fazer seus '25 e poucos' é não saber se quer se tornar mulher ou continuar eterna menina. Sociedade eu te odeio as vezes e esse é um dos momentos ¬¬'. Quando paro pra pensar não quero ser nada além de mim mesma, seja quem for. Posso ser as duas. Posso ser tudo o que eu quiser, todas as minhas possibilidades. Assim, como uma filosofia de vida posso me agarrar em uma talvez meia verdade e criar forças e ir. Esse ir que ninguém sabe vai nos guiar até lá, seja lá onde esse lugar for. ( Se for um lugar rs.) Voltando um  pouco, quero dizer que o ser humano para não sentir dor, substitui-se por outras dores, outros clamores. É físico, mental, é alma. O ser humano é tanto que nem se percebe. 'Tá ai'. Precisamos nos perceber. É complicado parar pra pensar nas atitudes, onde é que você se sente mal e porque. É complicado ver além, e pior, o seu além. Mas se eu ficar olhando só pro além, só pro mais 'sub' qualquer coisa, onde fica meu tempo de ser? Já comentei que prefiro dizer estar ao invés de ser. Estou algo, estou indo. ESTAR. Movimento. E onde me movimento se fico parada pensando? Nesse movimento todo de estar EU nessa inconstância de nada sei, mas sei de algo. Sei de algo que me move e que neste momento é o que me faz pensar. Confuso não? Na verdade não. É exatamente isso, ao pé da letra. Movimentação, inquietação, ir, deixar. São tantas palavras que poderia colocar neste momento, e todas iria dizer um pouco do que se trata. Hoje, como de costume me veio uma breve insegurança do que é ESTAR EU. Como estou hoje? O que se passa? Estou bem. Este bem é tão enorme, que poderia ficar horas e horas discorrendo os momentos nos quais eu acredito que me ajudam a estar bem, mas um deles e um dos principais é estar EU. Poder estar eu. Esse momento pensante eu comigo mesma, faz perceber que preciso de um Outro para alguns feitos e me dou conta que nós 'sempre' queremos algo que o Outro tem. Descubro aos poucos, lentamente sobre meu estar. E nisso remete ao começo do meu esboço, do tentar entender o egocentrismo de sugar uma calmaria a mais. Sugamos e doamos também, sem perceber. Podemos ser e estar na mesma linha. Podemos doar e receber sem que ao menos nos demos conta, e ai meu amigo, quando isto acontece, sabe lá qual nível podemos nos encontrar. ;) *(NH)

Trilha sonora: Fix you - Coldplay

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sem pé e duas cabeças

Se pensar em pele só se faz por isso,
Se não pensar em pele se encanta pelo olhar,
Se pelo olhar não sente se fixa em seu sorriso,
Se nada disso importa há então tolisse.

Bate na porta que tá no aviso
Tem gente.
Desocupe-se pois chegou a hora.
'Ai que bem' que se dá.

Mas junto á porta bate também medo.
Ninguém convida e ele chega junto,
Sem educação de supetão,
Vem com tudo e invade de primeira.

Não pergunta se pode e fica.
Vai ficando até que,
Sente a pele sem estar perto,
Sente sorriso e a presença de olhar.

Medo já se torna segundo plano,
Risco sem querer entra no meio,
E eles gostam de sentir o risco
O risco veio cheio de vida.

E então quando se nota há dois laços
Dois amores
Dois atores
Tudo dois

De dois caminhos se faz
De dois pensamentos
De dois julgamentos
Virou baião de dois

Feijão com arroz
Moqueca doce
Junção nada esperada
Exótica.

[Deu certo.]

Abre parênteses
Pode dar.
*NH


Trilha sonora: Boa noite Um barzinho um violão - Luciana Mello



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quero mais ou menos assim

Preguiça de algumas pessoas. Acho que é essa a palavra. Fico imaginando o porque 'algumas tantas' perdem seu tempo procurando machucar outras. Seja com foto, palavras, gestos, enfim. Pensando assim vejo o quanto estou maleável, pois não posso culpar ninguém a não ser a mim mesma por sentir tal coisa sobre qualquer acontecimento. Todos podem ser e fazer o que quiser. Cabe a mim também permitir sentir o que for sobre qualquer coisa. E porque então me sinto mal certos momentos? Porque não relevar e fingir que não me importo? Aliás, isso de incomodar é mesmo se importar? Ditados podem caber aqui agora? Penso que se algo não está batendo com o que eu desejo preciso me concentrar neste desejo. Seria ele um disfarce, um alicerce ou um que? Quando sei que posso não me importar e deixar pra lá o que não coube á mim e sim á outro alguém? Sabe aquele nó que sobe entre os dedos e chega em sua garganta tão forte que passa direto aos olhos e então só lhe resta chorar? Isto acontece em momentos até mesmo que você julga ser ridículo e pequeno diante de outros fatos. Não me importa o quanto você acredita ser pequeno o 'problema', ele vai incomodar se você não der atenção. Me peguei procurando motivo de um sacode na vida. Me peguei caçando literalmente sarna. Mas esse me peguei seria me encontrar num momento no qual preciso de algo novo?! Mesmo esse novo sendo velho ( velhos motivos, velha insegurança, velha mania....) não consigo acompanhar algo sem questionar, sem falar. Meu falar por incrível que pareça é em silêncio. Quem me conhece, sabe que falo. Sempre estou falando, porém somente palavras. Quando sei que preciso dizer algo, por muitas vezes me calo. O que sinto em relação á que o Outro me propõe agora, de me encontrar em meu desejo e descabidamente deixar rolar, é tão sério que me sinto num drama só. É pouca coisa, mas pouca coisa sempre vem e vai. Esse balancear de indas e vindas do mesmo motivo que me faz calar, dói demais. É aquela dor que disse outras vezes, a dor de dente no coração. Incomoda muito. Incomodada então, fico diante á um tudo que criei em cima de um nada. De momento algum, com pessoa nenhuma. Pessoas são só pessoas, palavras, são só palavras. Eu crio o que penso achar ser algo quando eu imagino. Eu imagino algo que quero. Quero algo que talvez não me pertença. Esse Outro que ditou por tantas vezes suas expectativas, me confunde num só nó que me causa ânsia. Preciso saber o que realmente desejo. Quando vejo que estou chegando á uma breve conclusão, vem a vida e NHAC, me devora outra vez. Seria muito louco de minha parte dizer que me fascino por este não saber? Por esta busca incansável pelo que não entendo? Esse devorar de todos e de nada me encanta. Estou aqui confusa e perdidamente apaixonada pela vida. Me causa prazer/desprazer. Eu poderia procurar deixar-me um pouco quieta em relação á essa procura. Poderia por instante me aquietar, mas não consigo. Quando vejo algo que me entristece ou que me cause êxtase, tento entender onde está o ponto que me fez chegar lá. Amo detalhes, amo a diferença. De perto esses lados, esses rostos divididos é lindo. O ser humano pode ser qualquer coisa á qualquer momento. A poesia está nesse poder ser. Posso. Me permito. Você gostaria de se permitir mais? Eu sim. eu gostaria de mais sempre. Mais tudo que eu possa entender. Menos também. Menos medo. Menos importar com bobaginhas, com o dito e feito. Quero mais o subliminar. O profundo e talvez mais do feio também. Quero encontrar submerso aquele diamante perdido. Aquela forma poética mesmo do ser. O SER! Antes de qualquer coisa. O branco pincelado e que pode ser reescrito á cada segundo. Quero sair de cena e observar. Quero menos hipocrisia no sentido da palavra. Mais e menos, mais ou menos. Mais ou menos desse jeito. Quero tudo isso e mais ou menos desse jeito! Ou não! *(NH)

Trilha sonora: Blind leading the blind - Mick Jagger


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Troca

Trocar. Adoro palavras que se multiplicam em instantes, em contextos. Adoro poder trocar quando eu quero. Pode ser somente um jogo de palavras, natural, ou outrora ser um pensado, ser maliciosamente calculado. Seja no bom-mau sentido, esse poder trocar de sentido é algo tão inteligente e humano. Claro, há aqueles que não se fazem em trocas, e isso digo "indignada", pois á mim, trocar é tão bom. Trocar experiências, trocar de assunto, trocar de roupa, trocar de jeito, trocar de hábito. Uso aqui o trocar, pois mudar acho um 'trocar' de palavras forte e talvez insensível. Todos mudam, porém trocar me lembra poder repetir, mesmo que já não igualmente. Trocar de cena, trocar de amor, apenas trocar. Do que mais me aguça os sentidos é a troca de palavra. A troca de entendimento. Posso aqui, estar falando freneticamente sobre algo que entendido á meu ver, e eis que surgem outras trocas de entendimento sobre o mesmo falado. Não é lindo poder entender como quiser e ainda trocar toda hora meu ponto de vista? Não é bom ser livre pra trocar? Seja qual troca esta é?! A troca se faz presente sempre. Quando pensei em escrever, por exemplo, em minha cabeça pouco pensante me veio infinitas coisas nas quais troquei antes de executar o texto. Brilhante poder fazer isso. (troca) Maravilhoso poder fazer isto. (troca). Mew, que massa! rs. Houve tempos que acreditei que trocar era não ter personalidade, era querer poder ser algo parecido. Hoje já troquei esses pensamentos. Troco tanto que por vezes nem penso, apenas faço. Faço trocas. Troco o certo pelo duvidoso pois além de achar sempre tudo muito duvidoso, adoro o risco de trocar. Me sinto viva trocando. Esse trocar faz a gente sofrer também, pelo menos eu sofro, pois trocar é também perder. E quem gosta de perder? O luto pelas palavras ditas, pelos olhares pensantes. Prefiro que fiquem no zoológico rs. Que raios se dá em um ser tão pensante em pensar que trocar não lhe caíra bem? Aliás, posso voltar a questionar o que seria o tal do bem? Me pego voltando em pensamentos quando me questiono sobre tal assunto. Troco o momento, troco tudo. Não há combinação perfeita como trocar. Você é livre para tal façanha. Isso dói e assusta, mas liberta. Eu escolho ser troca, eu escolho ser assim. *(NH)

Trilha sonora: Jack Johnson - Better together