terça-feira, 25 de setembro de 2012

De sombra á luz o amor se dá.

Os contos de fadas estão modernos. Não se perde mais o sapatinho, se deixa o telefone, e-mail, Skype. A mulher procura além do carinho, se certificar que seu companheiro irá apoiá-la e acompanhá-la em suas decisões diárias. Isso inclui desde te "salvar", porque está perdida em um trânsito estressante, á planos sobre sua futura carreira. Ele é sensível, amoroso, de opinião, inteligente e te escuta. É um coquetel de todo complexo de édipo. Também há a questão de poder ser você mesmo, cheia de pacotes emaranhados de outras experiências. Poder chorar no ombro de alguém que não importa com suas curvas mais acentuadas, aliás, pra ele, isto torna-se um charme. Isso sim é um conto de fadas. É você poder contar seus maiores fantasmas e ele rir, dizendo que você está segura, porque além de você ser inteligente, você tem os braços fortes dele que lhe confortam. O amor, está mais presente nos detalhes, e os detalhes, mesmo que se momentos insuportáveis, ajudam a crescer, amadurecer e compreender seu companheiro. Seus medos são compartilhados. Seus sonhos também. Você tem vontade de ver a pessoa amada no meio de uma aula sobre neuroanatomia. você percebe que um objeto qualquer, como um marca texto, pode representar um sentimento maravilhoso, pois daquele simples objeto, algo fora compartilhado. Contos de fada para mim, é esperar o despertar com um beijo de bom dia. É em dias de chuva, você se deixar sentir medo dos trovões e saber que mesmo que chova durante tempos, o sol vai retornar. É saber que diante de muitas possibilidades, você escolheu e foi escolhida. Quando se toma por romantismo, o dia a dia de um apaixonado para os esperançosos se torna quase um poema. Há aqueles que se enjoam da melação. Acontece. Eu já provei de ambos os lados. Hoje provo do amor. Eu entendo o amor, como algo subjetivo, como muitas outras coisas da vida. Entendo que vai de se permitir, entregar e  sobre trocas. Acredito também que o amor tem suas sombras e que pra sermos e sentirmos amadas é necessário o conhecimento das mesmas. É necessário provar do que se desgosta para saber o que prevalece em uma relação. Aqui me especifico em relacionamento entre dois amantes, porém não restrinjo minha opinião á somente este. Me permito integrar em todas as relações. Hoje em específico, no auge de muitos aspectos de minha vida, vejo entregue ao verbo amar. Neste verbo, me sujeito modificá-lo dizendo que se conjuga juntamente com mais tantos outros. O amar vem com respeitar, doar, compartilhar, desvendar, rolar, permitir, desgostar, chorar, sorrir... 
O verbo amar está á tantos outros que não saberia descrever o amor. Discorreria uma série de sentimentos que me veem á cabeça que nem sempre são luz. De todos verbos, acredito que este seja especial, pois poetas se esbanjam desta palavra. Poetas que se entregam e se inspiram diariamente em decepções amorosas, deleites, e estranhos amores. Poetas que se entregam a magia de um sentimento não tão mágico assim, cientificamente falando. Se falarmos de substância, o amor libera dopamina, trazendo a sensação prazerosa e então somente isto. É claro que o desprazer de tantas horas não é gostoso, porém de alguma forma, algo de bom se faz. Há uma experiência em relação ao que se passou. Este post, é quase que uma declaração. É bem em primeira pessoa (não que os outros não sejam, já que a autora, no caso eu, se dá de algum jeito em palavras por vezes). Hoje, meu dia de número ímpar por vários motivos está mais cheio de sombras e luz, porém a última se sobressai. Não sou supersticiosa, mas não descarto alguns ritos. Pode se dar por hábitos á sentimentos de fé em algo. Digo por exemplo então o que eu tenho com o número 7. Nasci no dia 7, e isso já se faz especial para mim. Foi meu marco nesta vida, meu início, e outros "setes" podem se tornar também inícios de ciclos. Como essa fé em poder começar ciclos, tenho pra mim, que encontrei meu príncipe dos contos de fadas. Tenho pra mim que ele veio não resgatar alguém - se não á mim, quem? - mas mostrar-me o melhor e o pior de mim.  Tenho, como se fosse vítima de mim mesmo e portanto desejo, um príncipe bem real e sem mera realeza (não contando com sua educação de lorde). De princípio básico, onde se parte desta educação singela e respeitosa, de voz aveludada e lindos olhos negros se dá um homem mais que companheiro. Um formador de opinião. Um sujeito que respira e aspira crescimento. Seus desejos e inteligencia se destaca destes olhos negros. O sorriso, branco e desarmador demostra a dedicação e lealdade para consigo mesmo. A rasgação de seda é pouca perto deste apaixonante homem. Poderia assim como tantas outras paixões de vida - família, amigos - por horas e horas e talvez á fundo, anos colocar em palavras o que se sente quando se está apaixonada, mas o melhor é que já fizeram e fazem á todo momento poetas por ai. Me dedico somente á sentir. Sinto um grande alívio poder sentir e deixar-me ir por este tão não somente verbo amar. Eu, que em palavras expresso por vezes sentimentos mais profundos, não saberia contar o que se passa em um coração apaixonado. O desejo antecipa o ato. Consigo apenas dizer que permitir sentir é uma boa forma de se conhecer. Permito- me também sofrer quando decido me lançar á tal sentimento, assim como qualquer outro. Estamos sujeitos á tudo e isto mesmo que amedrontador é instigante, assim como aqueles olhos negros. Então, em meio á declarações, permissões, e mistérios, fico á mercê de um conhecer-nos na mais profunda troca. Te amo meu amor. (NH*)

Trilha sonora: Eric Clapton - Wonderful Tonight

terça-feira, 4 de setembro de 2012

É tudo sobre bigodes. E saias de chita, claro.

Caso das acácias, dentes e músculos. Mas como um ser tão ser consegue se ver somente no homem ideal? Mulher tão convicta e decidida que diante desse amor derrete de um todo que seu eu vai junto. Se vê perdidamente louca por uma visão que se criou. Um Deus. Um herói inabalável, que surgiu em meados de sua infância. Algo que meio perturbador, sua mãe ora co-autora de seus desejos ora cortante dos mesmos a proíbe do fruto que desesperadamente deseja. Se vê mulher e se faz frágil, para que mais tarde algo como o que lhe desejara antes possa vir resgata-lá desse mundo. Volta e meia se perde aos cigarros e outros vícios que lhe incomodavam em outros tempos. Desta vez acrescenta-se barba. O bigode do outro homem que acalmava, já não se faz mais presente, porém juntamente com a barba os braços continuam, agora mais fortes. Mais tola é, se acredita que conhece essas proibições e fantasias assim, tão exposta. Ela que já está em seu décimo namorado, ama ainda demais. A ferida viva atenta para lhe deixa-la viva. Isso de inquietar faz com que ela se mova. Acredita-se que não irá viver tanto, mas o tanto que se está vivendo, ela se joga. É jovem. Inventa amores, atores, clamores. Inventa de um tudo para sobreviver diante o nada que se põe disfarçadamente á sua frente. Até se perde de propósito. Como disse, ela gosta de fantasias. Cria-se demais. Vinicius de Morais faria um poema para ela. Se chamaria drama. Ela recitaria com uma taça de vinho tinto na mão e com os olhos borrados de maquilagem. Seus olhos sempre estão borrados por sinal. Até mesmo sem vinho. É como se fosse sua marca. Sua meia calça rasgada, também é bem vinda. Diz que mostra personalidade. Quando questionada sobre tal, apenas diz que a vida é como uma meia calça. É fina, é linda, sensual e a vida faz questão de ter rasgos do cotidiano. Fica feio então? Eu não acho, diz a moça. Eu vejo rasgos como experiência. E digo de boca cheia quando olho para as minhas rasgadas, como amadurece. Volta e meia ela liga para sua mãe. Deseja se acomodar as vezes, mas de um jeito nada comum. Deseja acomodar-se nela mesmo e não ligar para bobagens da tv. Adora música francesa. Não sabe uma palavra, mas aquele som sensual á faz viajar mais que a própria viagem. Se não tivesse três gatos, teria um cachorro. Tem medo de não conseguir dar atenção á todos. Lê poesias e implica com vírgulas. Coloca-as até mesmo onde não precisa. Diz gostar da sensação de não ser um ponto final. Acredita em horóscopo. Não pelo fundamento, até mesmo por que não sabe qual é, mas pelas estrelas e pela lua. Acredita que as mesmas influenciam á vida das pessoas. É tão linda, mas odeia suas pernas tortas. Na verdade as meias são para cobri-las, e passa calor de vez em quando por isso. Pensa em ser astrônoma, ou dentista. Tem dúvidas se deve estudar. Gosta mais de ler letras de rock'n roll. Se diz não ciumenta, mas se alguém mexe em seu diário é como se roubassem á alma. O telefone toca, ela sai correndo, mas tem medo de números desconhecidos. Não por nada, mas porque pensa muito na morte. Seu amado de hoje, é a cara do pai. Até achei que disse isto no começo, não disse? Vive rabiscando seus cadernos com símbolos de outro plano. Não é moderna. Ainda escuta discos. Não acredita que nada possa ser solucionado, mas ninguém tira da cabeça que é uma teimosa convicta. Não gosta da cor marrom e implica com ela. Diz ser uma cor feia, mórbida. Essa menina, toda apaixonada não tem muitos amigos, e não é porque não quer. É porque seus livros fazem companhia enquanto seu amor não chega. Este último toma muito tempo desta moça, e ela não entende por que raios seus suspiros (pela décima vez) anda causando uma dor no peito. Seria algum problema com seu Romeo? Contei que ela adora Shakespeare? O mundo de hoje pra ela não existe, apenas o tempo. Não esconde o medo de escuro, mas pra dormir a tarde fecha todas as cortinas. É tão comum mas é diferente. Deve ser aqueles olhos negros que encantam. Pode ser também as pernas tortas. Os defeitos costumam atrair bizarramente algumas pessoas. Alguns a vê como diferente até demais. Alguns acreditam ser sua melhor qualidade. Sim, as pernas tortas. Uma menina diferentemente torta e comum. Olha, através de tudo que se é, ela sente uma saudade daquele bigode. Aquele mesmo, dito acima. O que lhe fora cortado á anos. Por que é que as pessoas tiram os bigodes da vida? Quando se cresce, o desejo volta. Parece um samba de escola de samba que em todo carnaval a gente aguarda entrar no salão, e quando entra dá samba. Sambeando por ai, sambinha bom, samba. (desculpa, samba é uma boa palavra, não acham? Eu não sei não, mas essa menina tem jeito de que gosta de sambar). Essa menina tão menina ainda. Me questiono se ela mesmo se deu conta. Algo lá atrás está de volta, e não estamos somente falando de apetrechos, fala-se aqui do próprio amor. O desejo reprimido sem explicação causa um desconforto. Nem em suas letras de rock descansa. Ela tem tantos sonhos secretos. Ela tem tantos cartões postais. Ela é cara, ela é coroa. Vive numa linha tênue entre tudo. Vive vírgula e larga tudo pela metade. Ela ainda vai escrever um livro. Tem frases feitas pra tudo, mesmo que copiadas de outros autores. Mesmo sendo todas copiadas de outros autores. Diante de todo esse furacão de ser, ainda sim, se perde por seu amor. Entendem sua angústia? Ela me parece esperta demais para cair nos truques do amor. Mesmo assim olha que menina tola se faz. Pela décima vez, eu friso. DÉ-CI-MA vez menina? Menina namoradeira esta. Menina que poderia usar saias de chita e dançar em praças, mas não, tinha que gostar de meias calças? E por Deus, rasgadas? Como pode então querer se dar por tola? Vingo-me tentando entender que no amor, os mais primitivos desejos retornam mesmo e não somente desejos antigos, como as barreiras impostas se voltam. Não é regra como nada se é, porém consigo explicar para os corações que não somente as de saias de chita se perdem por isso. Pode-se então por hoje dormir em paz com sua inquietude. Descubre-se que algumas saias por ai, de algum modo fazem parte das meninas de meia calças rasgadas. (NH*)

Trilha sonora: Zeca Baleiro - Flor de pele

Moral-mente falando, estou de acordo?


"Talvez nem me queira bem

Porém faz um bem que ninguém 
Me faz"


É com este trecho de Chico que me deixo "á falar". Percebo que acreditamos forte-mente em alguns padrões impostos por ai. Digo  impostos o que nos diz moral-mente respeito. Padrões imutáveis e perigosos. Perigosos porque? Penso que se não me adequo á algo que se impõe á minha volta, culpa de algo surge refém. Dessa culpa, que nem sei porque surge, me tomo de medo, angústias, pensamentos automáticos e tentativas de encaixe. Me frustro mais, porque desejo (assim penso que penso ser isso) algo que não desejo porém. Ai filosofar-me vou. Há quem me pego desejando? O quê e por quem? Talvez minhas morais não somente minhas e talvez nada minha se deixam levar pela falta de não ter/ser igual á padrões desejantes d'outros. Terceiros tanto humanos quanto imagens(ora pois humanos atrás de imagens) me colocam em risco do ser. Penso por vezes precisar de aprovações destes outros. Outros que na angústia do ser/ter, me ajudam á entender que somente preciso de nada destes padrões, como o tentar precisar me adequar me frustra. Ora pois, frustração então, juntamente com angústias da existências até mesmo discussão do que real desejo, é preciso, é de muito agrado, já que neste desafio de me encontrar compreendo minha vulnerabilidade ímpar para decidir sobre algo. Me vejo como um ser vazio, sugando informações muitas vezes nada útil. Não descarto a perda de tempo que me faz pensar nas tais futilidades, porém hoje, me vejo aproveitando destes momentos para refletir sobre o porque destas escolhas. Cá entre nós, futilidade também pode me causar prazer momentâneo não? Tanto para definir algo como fútil, devo de antemão sugerir um auto entender por necessitar. Novelas. Entraria nesta categoria? Ou poderia, neste momento conseguir relaxar com minha família e apenas estar neste nível, relaxamento. Porque temos manias de padronizar tudo se nada temos em comum? Radicalizei agora, não? Esqueçam, ou melhor dizendo, coloquem de lado toda a genética e /ou algo que possa ligar á outro sujeito por obséquio. Agora pense em algo que seja superficial e perda de tempo para você. Agora pense em quem leva isso á sério. Você se acha mais, ou menos do que essa pessoa por não acreditar ou compartilhar do mesmo gosto? Atente para seus julgamentos. O gostar muitas vezes está internalizado devido á Outros. Não retirando parcial "culpa" por decisão de quem á toma. Assim, podemos a partir de Chico, compactuar, ou somente observar, que padrões, como o amor perfeito, filhos estudiosos, pais maravilhosos e heróis, entre outros quaisquer tantos outros, podem fazer ou não parte de mim, porém o que faço com isto, não se deve padronizar. Sou/posso ser quem eu quiser. Posso até mesmo estar dentro dos padrões por ai, mas que eles não me censurem e me angustiem para um todo de sofrimento. Se sofro por tempo, que me recupero então perante o desejo real. (NH*)

Trilha sonora: Chico (querido Chico) Buarque - Ela faz cinema